A antecipação do calendário de vacinação contra a Covid-19 empolgou os joinvilenses com mais de 18 anos, que poderão tomar a primeira dose até o fim de agosto. Porém, ainda é preciso ter calma antes de abrir mão das medidas de prevenção porque apenas 28% de todos os adultos de Joinville devem estar totalmente imunizados até lá.
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A projeção pode ser feita com base nos dados da prefeitura, que consegue prever quando as pessoas devem voltar para a segunda dose. Isso porque no momento em que tomam a primeira dose, elas já saem com data definida para o retorno.
Até o fim de junho, Joinville tinha vacinado com as duas doses um total de 61.368 pessoas, de acordo com a prefeitura. A estimativa do município é de completar a imunização em mais 16,6 mil moradores em julho. Destes, quase 3 mil já tinham se vacinado até a última quarta-feira (7).
Para agosto, a estimativa é imunizar pelo menos mais 49 mil joinvilenses, o que permitiria alcançar o patamar de 126 mil vacinados com duas doses até o fim do mês. Isso representa 28,2% dos aproximadamente 450 mil adultos que vivem na cidade.
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No entanto, os números podem ser maiores caso cheguem novas vacinas da Janssen, que requer dose única, ou da Coronavac, que tem intervalo entre as doses de até 28 dias.
De qualquer forma, mesmo que todos sejam vacinados com os imunizantes que precisam de intervalo entre as doses de 3 meses, a expectativa é de que até o fim de novembro toda a população adulta de Joinville já esteja totalmente imunizada contra o coronavírus.
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“Muito cedo para voltar à vida normal”, diz especialista
A infectologista Carolina Ponzi afirma que é positivo antecipar o calendário da vacinação porque isso também significa reduzir o prazo para que as pessoas completem a imunização com as duas doses. No entanto, ainda não é momento de relaxar nas medidas de prevenção.
– Pensar em voltar à vida normal ainda é muito cedo. Mesmo países que já estão com 60% ou 70% das pessoas imunizadas ainda não voltaram completamente ao normal, estão relaxando as medidas devagar – ressalta.
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Segundo ela, uma pessoa pode ser considerada completamente imunizada apenas 14 dias depois de tomar a segunda dose da vacina. A infectologista aponta que quando chegarmos a um patamar de aproximadamente 60% a 70% da população imunizada é que poderemos considerar flexibilizar as regras.
– A impressão que temos é que o vírus veio para ficar e será uma doença que estará entre nós. Mas quanto mais pessoas estiverem imunizadas, menor a circulação do vírus e a chance de encontrarmos com ele ali fora – completa.
Estudo aponta efetividade menor em quem toma apenas uma dose
A infectologista aponta um estudo publicado na última quarta-feira (7) pelo New England Journal of Medicine que mostra os números da efetividade da vacina da Coronovac. A pesquisa foi realizada com 10,2 milhões de pessoas no Chile.
O resultado mostra que a vacina foi capaz de prevenir a doença em 66% das pessoas que tomaram as duas doses. Além disso, houve prevenção de 85% na internação hospitalar, 89% na internação em UTI, e 86,5% na morte pela doença.
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No entanto, a efetividade foi menor em que tomou apenas uma dose da Coronavac. O estudo mostrou que neste público a prevenção para infecção com o vírus foi de 15,5% e para evitar a morte foi de 46%.
– Além do estudo mostrar que a vacina Coronavac funciona, nos mostrou que quem faz apenas uma dose não tem proteção adequada. Então, vá fazer a segunda dose porque senão não estará completamente protegido – alerta a especialista.
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