O número de leitos hospitalares mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou em 20% ao longo dos últimos 10 anos em Joinville. A cidade passou de 710 para 857 vagas, segundo dados do Relatório de Gestão em Saúde do Município e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A média de leitos por número de pessoas, porém, devido ao crescimento da população, mostra que a situação do município ao longo da década é praticamente a mesma.
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Enquanto em 2008 o índice de leitos públicos e privados por mil habitantes era 2,11; hoje é de 2,17. Foram 229 leitos para 91 mil novos habitantes. Ou seja, a taxa segue abaixo do recomendando pelo Ministério da Saúde, que é de 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes.
Para o presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, Antônio César Franco Garcia, o número de leitos é insuficiente para a cidade. Isso porque os hospitais de Joinville atendem também toda a região, que tem população estimada em quase 1 milhão de pessoas. Segundo ele, isso causa represamento nos atendimentos, filas e corredores lotados.
– Há uma deficiência bastante significativa e não temos grandes investimentos na expansão de leitos há muito tempo – garante.
Segundo ele, a mais recente expansão foi com a construção do Hospital Infantil. No entanto, desde então houve o envelhecimento da população, o aumento da morbidade e, consequentemente, uma necessidade maior de atendimento médico. Para Garcia, resolver esse problema passa por um investimento maior na saúde, principalmente na área de atenção primária e de saúde pública.
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Rede de atendimento
Já o secretário municipal de saúde, Jean Rodrigues da Silva, diz que é preciso levar em consideração também os leitos disponíveis na região de Joinville para se medir o cenário. Isso porque existe uma central de regulação em que hospitais de cidade como Guaramirim, Jaraguá do Sul e Rio Negrinho servem de retaguarda para o atendimento dos joinvilenses. Segundo ele, hoje não é necessário um novo hospital de alta complexidade no município. O essencial seria mais suporte de baixa complexidade.
Nesse sentido, Silva aponta o Hospital Bethesda com um papel importante na solução desse problema. De acordo com ele, a unidade já dá apoio ao município no atendimento de baixa complexidade, mas seria essencial o aumento no número de leitos.
– Se dobrasse de tamanho na questão de leitos clínicos, desafogaria de uma vez a rede hospitalar do município – garante.
O gerente regional de saúde de Joinville, Henrique Deckmann, concorda com o secretário municipal sobre o papel importante da rede de hospitais para atendimentos dos pacientes na região. No entanto, defende um investimento maior na promoção da saúde.
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– Hoje, 72% dos nossos óbitos são por doenças preveníveis. Tem que haver investimento forte na promoção da saúde porque senão nunca teremos número suficiente de leitos – defende.
Segundo Deckmann, é preciso tratar as doenças e cuidar da saúde em um trabalho intersetorial, envolvendo as áreas da saúde com educação, segurança pública e infraestrutura, por exemplo.