Nos últimos cinco anos os trabalhadores joinvilenses reportaram 21.826 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs), entre elas 116 mortes, de acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. Somente no ano passado foram 4.015 ocorrências e, em seis delas, as vítimas eram menores de 18 anos – houve ainda a confirmação de oito mortes. Os números colocam Joinville na liderança das cidades catarinenses que mais relatam acidentes de trabalho no Estado e, entre as 20 no País, com maior quantidade de registros.

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O levantamento, monitorado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), decorre do preenchimento obrigatório do CAT quando algum funcionário se acidenta no serviço ou no trajeto entre casa e trabalho. O informe deve ocorrer mesmo que o acidente não tenha gravidade e é usado para comunicar o acidente ou doença de trabalho ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), hoje emitida online e remetida imediatamente ao banco de dados do órgão. São Paulo (SP) é a campeã nacional de comunicações de acidente de trabalho, reportando 44.345 fatos entre janeiro e dezembro último.

Em Joinville, por exemplo, dos quatro mil incidentes de 2017, destacam-se as ocorrências de escoriação e abrasão (ferimento superficial), com 1.279 casos informados, além das contusões e esmagamento (superfície cutânea), 659. Há, ainda, casos de cortes, laceração, ferida contusa e punctura (perfuração), responsáveis por 609 acidentes. Fratura (514 registros); distensão e torção (272) aparecem na sequência. Os homens são maioria entre as vítimas, responsáveis por 79,3% do total.

O CAT consolida ainda as atividades econômicas mais frequentemente envolvidas nos acidentes informados. A liderança joinvilense neste quesito vem das fundições de ferro e aço, com 1.470 eventualidades descritas. Depois surgem as atividades de atendimento hospitalar (159 casos) e fabricação de compressores (140). Juntas, as três operações representam 44% do total de acidentes de trabalho ocorridos em Joinville, no último ano.

Vale salientar que quase 80% desse total diz respeito a acidentes típicos de trabalho (3.146 casos). Outros 792 ocorreram no trajeto e apenas 28 por motivo de doença no último ano. Em 49 casos, a motivação foi ignorada. A média percentual é um pouco diferente da situação da capital catarinense, onde 69% dos 2.265 incidentes de 2017 ocorreram no ambiente empregatício ante 26%, no trajeto.

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Cai número de mortes por acidentes laborais

Apesar dos números, a realidade atual é ligeiramente melhor do que há cinco anos no município. Em 2013 foram registrados 5,2 mil CATs, sendo que 16 ocorrências envolveram menores de idade e foram reportadas, ainda, 35 mortes. A queda no total de informes foi de 22,78% no período. Porém, o maior motivo de comemoração é a redução no índice de mortalidade: está 4,3 vezes menor.

Em contrapartida, a quantidade de acidentes de trabalho em Joinville segue com proporção elevada quando comparada aos demais municípios catarinenses no acumulado 2013/2017, que, juntos, somaram 132,3 mil informes. Os 21,8 mil comunicados de acidentes de trabalho na cidade de 2013 a 2017 representam quase o dobro da segunda colocada, Florianópolis. No período, a capital registrou 11.003 boletins. Itajaí, São José e Chapecó completam o ranking.

Em relação ao número de mortes relacionadas a acidentes laborais, dos 701 falecimentos acidentários notificados no Estado nesses cinco anos, 116 ocorreram em Joinville.

Dados do Estado

Total de Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) lançados entre 2013 e 2017 nos cinco municípios líderes no ranking de ocorrências em Santa Catarina:

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1º – Joinville

Total de CATs / 21.826 (55 envolveram menores de 18 anos e 116 mortes reportadas)

Principal ocorrência / escoriação e abrasão: 6.993

Atividade econômica com maior frequência de registros / fundição de ferro e aço: 8.219

2º – Florianópolis

Total de CATs / 11.003 (28 envolveram menores de 18 anos e 45 mortes reportadas)

Principal ocorrência / contusão, esmagamento: 1.986

Atividade econômica com maior frequência de registros / coleta de resíduos não-perigosos: 1.364

3º – Itajaí

Total de CATs / 7.126 (27 envolveram menores de 18 anos e 32 mortes reportadas)

Principal ocorrência / fratura: 1.334

Atividade econômica com maior frequência de registros / serviços de atendimento hospitalar: 744

4º – Chapecó

Total de CATs / 6.045 (46 envolveram menores de 18 anos e 36 mortes reportadas)

Principal ocorrência / corte, laceração, ferida contusa, punctura: 1.776

Atividade econômica com maior frequência de registros / abate de suínos, aves e outros pequenos animais: 1.851

5º – São José

Total de CATs / 5.083 (13 envolveram menores de 18 anos e 29 mortes reportadas)

Principal ocorrência / fratura: 1.067

Atividade econômica com maior frequência de registros / atividades de correio: 430

*Fonte: Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho.

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