Joinville é a cidade do Brasil que mais registrou mortes por dengue neste 2023. Conforme o painel de dados da prefeitura, foram registrados 36 óbitos e mais de 30 mil casos neste ano, o que fez com que o município, que já vivia uma epidemia da doença, atingisse um número histórico.
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Dengue em SC passou de caso raro para epidemia e emergência em saúde em uma década
Logo atrás de Joinville, Londrina (PR) ocupa o segundo lugar do ranking, com 29 mortes. Em seguida vêm Presidente Prudente (SP) com 23 óbitos, Foz do Iguaçu (PR) com 22 e Uberaba (SP) com 15. Os dados são do Ministério da Saúde e foram atualizados no dia 25 de julho.
Com a chegada do inverno é comum que as notificações por dengue diminuam, mas, em entrevista ao A Notícia no final de junho, Fabiana Almeida, diretora da Secretaria da Saúde de Joinville, disse que o município pretende continuar com ações para impedir a proliferação da doença.
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Melhoria no processo de investigação
Fabiana destacou que a dengue, atualmente, não possui um tratamento específico e, somado a isso, até então, havia uma dificuldade em identificar que as complicações do quadro do paciente se davam pela doença, ainda considerada “nova” e com poucas notificações no Estado.
Agora, com mais pessoas procurando o sistema de saúde e melhorias nos processo de investigação, os sinais são mais facilmente mapeados, assim como as mortes. Por isso, a falta de notificações em anos anteriores pode explicar o aumento no número de casos e óbitos neste 2023, justificou.
A diretora também citou a “evolução benigna” da doença, que faz que com os infectados passem a tratar a doença em casa. Em muitos casos, segundo ela, esta “automedicação” pode até piorar o quadro, que, no com relação à dengue, evolui muito rapidamente.
Segunda onda e agravamentos
À época, a reportagem também ouviu a infectologista Sabrina Sabino, que reforçou que o aumento na letalidade da dengue pode se dar também por uma segunda onda da doença mais agravada no Estado, já que uma reinfecção pode, também, levar à morte.
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Sabrina ainda destacou que, quando se pega a doença em uma segunda vez o quadro tende a ser mais grave e, até mesmo, fatal.
— Então, nós tivemos lá em 2021 a dengue e aí, possivelmente, essas mesmas pessoas foram expostas novamente ao vírus e por isso teve este aumento no óbito. E na segunda vez é mais perigoso porque o corpo faz a formação de um anticorpo específico contra a dengue e quando a pessoa contrai novamente, os sintomas são mais leves, mas a gravidade é maior — explica.
Conforme complementou a diretora da Secretaria de Saúde de Joinville, com base no histórico de pacientes que evoluíram quadro para óbito no município, “não 100% que já tinha pegado, mas alguns sim”.
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