Imagine se, em vez de servir de parada para apenas dois carros, uma mesma área usada como vaga de estacionamento em Joinville ganhasse formas e cores com um jardim de flores, bancos, cadeiras, mesas e bicicletário. E por que não puffs, pontos de trocas de livros? Pode parecer ideia mirabolante, mas ao menos oito delas já viraram projetos arquitetônicos e devem sair do papel para as ruas nos próximos meses.

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São os chamados parklets, definição em inglês que no Brasil também ganha as expressões “vagas vivas“, “vaga verde” ou “minipraça“. Novidade norte-americana já vista em grande número em cidades como São Paulo, mas praticamente inédita em Santa Catarina – Florianópolis recebeu ao menos dois protótipos no início do ano, experimentalmente.

Quem promete trazer a novidade a Joinville são os estudantes do curso de arquitetura da UniSociesc. Desafiados a criar projetos de parklets durante uma semana acadêmica da instituição, em maio, os alunos transformaram as ideias em plantas baixas e maquetes. As oito melhores criações foram apresentadas ao Ippuj, que aprovou a iniciativa e garantiu oito vagas no Centro de Joinville para a execução dos projetos.

Se não houver imprevistos, o primeiro parklet joinvilense mudará um pedacinho da paisagem urbana a partir do próximo dia 22 de setembro, no Dia Mundial Sem Carro. O lugar exato ainda será definido e poderá se tornar definitivo.

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-Nossa intenção era promover ideias que trouxessem algo positivo para Joinville, que não ficassem só na sala de aula. Os parklets são uma iniciativa de transformação da cidade, de democratização do espaço público – destaca a professora Graziella Demantova, coordenadora do curso de arquitetura da UniSociesc.

Um único parklet instalado no espaço de duas vagas de estacionamento, compara Graziella, pode receber até 300 pessoas em um dia, enquanto a média de ocupação por carros seria de apenas 40 veículos. Como os parklets são locais de passagem, há características marcantes nos projetos.

– É muito comum que uma pessoa fique em um parklet enquanto espera outra pagar as contas no banco, por exemplo. Por isso, existe a preocupação de que os espaços tenham campo de visão aberto, sejam facilmente reconhecidos – aponta Cristienne Pavez, também professora do curso de arquitetura.

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A estimativa é de que cada parklet custe cerca de R$ 8 mil. A Lepper apoiará os alunos de arquitetura na execução dos projetos.

Acessibilidade é prioridade

As estudantes Tatiane Ferreira da Luz, 28 anos, e Jéssica Nava, 25, assinaram o projeto do parklet que deve inaugurar a novidade em Joinville. Foi delas a maquete mais votada entre os próprios alunos do curso de arquitetura.

O que mais se considerou na criação, conta Tatiane, foram medidas de acessibilidade. As duas desenvolveram um parklet pensado para ser instalado próximo ao terminal central.

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-Pensamos na acessibilidade tanto para as pessoas do terminal quanto para quem está ao redor da rua, que fosse um projeto convidativo e que houvesse visão integrada, que não fosse um espaço tão fechado – comenta Tatiane.

O projeto inicial, diz Jéssica, ainda será aprimorado até ganhar um espaço de verdade. As estudantes avaliam os melhores materiais para a construção e novos detalhes estéticos.

– Estamos otimistas, procurando materiais, tentando trabalhar com material alternativo, reciclável, que possa durar mais tempo – conta Jéssica

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AS VAGAS

Saiba onde ficam as áreas disponibilizadas pelo Ippuj para a implantação dos parklets em Joinville

1) Rua Alexandre Döhler (em frente à Panificadora da Vila)

2) Rua Princesa Isabel (em frente à confeitaria)

3) Rua 15 de Novembro (em frente a Casas Bahia)

4) Rua do Príncipe (em frente à Lanchonete Kibeleza)

5) Rua Doutor Norberto Bachmann (primeira vaga vindo da Estação Central, lado Oeste)

6) Rua Doutor Norberto Bachmann (primeira vaga vindo da Estação Central, lado Leste)

7) Rua do Príncipe (em frente à Rua das Palmeiras, lado Oeste)

8) Rua do Príncipe (em frente à Catedral, lado Oeste)