Neste ano, o Joinville criou um sistema inovador para incentivar os atletas a buscarem as vitórias e levarem o clube para a Série A. “A Notícia” apurou que a ideia surgiu do presidente Nereu Martinelli.

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Insatisfeito com o modelo de 2013 – que pagava R$ 20 mil ao grupo por cada rodada que o JEC permanecesse no G4 – Martinelli decidiu inovar. A direção tricolor entrou em consenso com o departamento de futebol e aí surgiu a premiação por bloco.

A Série B tem 38 rodadas e elas foram divididas em sete blocos. Nos cinco primeiros, há cinco jogos em cada, totalizando 25 rodadas. O sexto bloco tem seis partidas e o sétimo tem sete jogos.

O objetivo é atingir, no mínimo, dez pontos em cada bloco para chegar com 70 pontos ao final da competição. E aí aparece o sistema de premiação diferenciada. O JEC estipulou que cada um dos sete blocos equivale a R$ 100 mil. Para o valor ser distribuído integralmente ao grupo de jogadores, é preciso atingir 15 pontos.

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Se em cinco jogos o time não atingir 15 pontos, o valor será distribuído proporcionalmente – 13 pontos (86%), 12 pontos (80%), 11 pontos (73%) e dez pontos (66%). No atual cenário, os tricolores já garantiram R$ 80 mil por terem somado 12 pontos.

Lei da compensação

Após as 25 rodadas dos cinco primeiros blocos, a Série B normalmente fica mais complicada. Por este motivo, surgiu a ideia de fazer o bloco 6 com seis jogos e o bloco 7 com sete jogos. O objetivo deles é o mesmo dos anteriores: somar, no mínimo, dez pontos. A diferença é a lógica: é mais fácil somar dez pontos em seis ou sete partidas. E aí surge o último item deste sistema: a lei da compensação.

A primeira intenção da diretoria do JEC é garantir que o clube some 50 pontos após 25 rodadas. No entanto, não há como assegurar esta arrancada com um desempenho tão alto. Por este motivo, se em algum dos blocos o grupo falhar, ele terá de buscar a recuperação no próximo.

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Imagine a seguinte situação: se o Joinville somou apenas nove pontos no bloco 2, ele será obrigado a somar 11 no bloco 3. Neste caso, as pontuações são somadas (11 + 9= 20) e divide-se entre os blocos para chegar aos dez pontos mínimos, com a garantia do prêmio. Neste exemplo, o grupo receberia R$ 66 mil pelo bloco 2 e R$ 66 mil pelo bloco 3.

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Regras e premiação extra

No atual momento, o JEC já garantiu R$ 80 mil. A regra deste sistema diz que se o grupo falhar no bloco 2, ele terá de recuperar no bloco 3. Ou seja, o elenco não perde o que já conquistou. Ele só terá de buscar o prêmio no bloco seguinte ao que houve falha. Segundo o superintendente César Sampaio, este funcionamento incentiva a luta pelo desempenho máximo, sem acomodação.

-No antigo sistema, mesmo perdendo jogos, eles ganhavam prêmio por permanecer no G4. Acho que este método é mais eficiente-, acredita.

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De acordo com as regras, se o Joinville tivesse o máximo de desempenho – somando 15 pontos em cada bloco – ele conquistaria o prêmio total de R$ 700 mil. No entanto, isso é praticamente impossível. Neste cenário, o JEC somaria 105 pontos, algo inimaginável.

Por este motivo, há também a premiação extra. Em caso de acesso à Série A, além dos prêmios por blocos, o grupo leva R$ 1 milhão. E, em caso de título da Série B, são acrescentados mais R$ 500 mil aos prêmios dos blocos e ao do acesso. Em resumo: a vaga na Série A vai deixar a cidade feliz e os jogadores com os bolsos recheados pela obsessão do clube de voltar à elite após quase 30 anos.