Um misto de euforia e decepção. Este foi o sentimento da maioria dos torcedores em Joinville durante o primeiro jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Mesmo com o frio, centenas de joinvilenses se deslocaram até bares e estabelecimentos comerciais para acompanhar a partida entre Brasil e Suíça, que ocorreu no estádio Rostov Arena, na Rússia.

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A expectativa pela busca do hexacampeonato neste ano precisou ser renovada depois da campanha da Seleção no último Mundial. A derrota sofrida para a Alemanha por 7 a 1 ainda assombra muitos torcedores, mas a tristeza do temido placar pareceu ficar bem distante no primeiro tempo do jogo. Ainda que tímidos, a cada chance de marcação do primeiro gol da Seleção os gritos da torcida ganhavam mais força.

As vuvuzelas e as cornetas verde e amarelas finalizavam a empolgação, a cada passo que a Seleção ficava mais perto de marcar o primeiro ponto nesta Copa. Aos 19 minutos do primeiro tempo, Philippe Coutinho bateu de fora da área no ângulo, abrindo o placar para o Brasil. Pouco a pouco, os berros da torcida que estavam no Bar Barão, na região central de Joinville, ecoaram e ganharam força.

Para alguns, assistir à partida em um bar é a oportunidade de confraternizar com os amigos. Para outros, a chance de dividir os olhares de ansiedade com outros torcedores.

— Eu ia assistir ao jogo sozinha em casa, porque minha filha e meu marido estão na Itália. Mas aí pensei: quer saber? Eu vou ali no bar e assim dou mais força para o Brasil — conta Janete Saba.

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Com o primeiro gol da Seleção – assim como os jogadores dentro de campo –, a empolgação da torcida também foi aumentando. Equipada com várias cornetas, chapéu com as cores da Seleção e camiseta verde e amarela, Keila Hees estava com bastante expectativa pela vitória do Brasil. Ela é de São Paulo e, passeando na cidade, resolveu assistir à partida na companhia dos sobrinhos. Mas, ainda que o gol tenha dado um pouco de fôlego, a Seleção não conseguiu aumentar o placar no primeiro tempo, criando poucas chances.

— Eu acho que o Brasil tem que ganhar, eu gosto bastante de assistir aos jogos da Copa e, geralmente, não perco nenhum — conta Keila.

Se a empolgação do primeiro tempo surtiu efeito, no segundo a torcida iniciou o jogo mais calada. Isso porque, aos quatro minutos, em uma cobrança de escanteio, o jogador Zuber saltou, empurrou Miranda pelas costas e cabeceou a bola para a rede. A torcida joinvilense que acompanhava a partida no Mercado Municipal solicitou a anulação, mas não teve jeito. O empate trouxe à tona o sentimento de decepção.

— Eu acho que o Brasil ainda tem chance de ganhar, mas está cada vez mais difícil. Se no primeiro jogo está assim, imagina nos próximos — comenta Alex Rodrigo de Oliveira. Inicialmente, ele tinha o palpite de que o Brasil iria ganhar de 3 a 0 da Suíça.

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A cada minuto mais próximo de finalizar a partida, os joinvilenses roíam as unhas ou colocavam a mão na cabeça, demonstrando a angústia do empate nos minutos finais. Com o rosto pintado de verde e amarelo, Silvia Rocha não tinha nenhum palpite para o primeiro jogo. Ela conta que estava tão ansiosa com a estreia da Seleção Brasileira, que nem conseguiu pensar um placar para o jogo.

— Eu fico muito ansiosa, pensando no que vai dar nessa Copa. Mas eu quero que o Brasil seja hexa, né? — garante Silvia.

Com o empate, o fantasma dos 7 a 1 pairou sobre os torcedores e muitos deixaram o local assim que o juiz sinalizou o final da partida. O Brasil volta a entrar em campo na próxima sexta-feira (22), contra a Costa Rica.

Expectativa e ansiedade em Jaraguá do Sul

Já em Jaraguá do Sul, a ansiedade e expectativa por trazer a taça para o Brasil era grande. Os familiares e amigos do jogador Filipe Luis se reuniram na tarde deste domingo para mandar boas energias e torcer pelo Brasil. Ainda que o resultado não tenha sido positivo, a mãe dele, Sueli Stinghen Kasmirski, conta que a família está muito feliz que Felipe tenha sido convocado e acredita que a Seleção conquistará o hexacampeonato neste ano.

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— Estamos muito ansiosos, mas felizes. Para a gente, o que mais importa é trazer essa taça lá da Rússia aqui para o país — conta.

A fé na Seleção é tamanha que os pais do jogador já garantiram a passagem área para acompanhar os jogos do Brasil a partir das oitavas de final.