Com a chegada da Semana Santa, as peixarias de Joinville registram movimento acima do normal nos últimos dias. Na peixaria do Mercado Público, por exemplo, o sócio-proprietário Ronaldo Teixeira conta que contratou 15 funcionários temporários, além dos 25 que já tinha, para reforçar o atendimento. Segundo ele, o movimento neste ano já está 10% maior que o do ano passado.
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Preços e receitas de frutos do mar
– O movimento começou muito cedo. Neste ano, o pessoal está se antecipando. Na terça e quarta-feira, a procura está muito boa – relata o sócio-proprietário.
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Os peixes mais procurados, de acordo com Teixeira, são a corvina, tainha, filé de pescada, salmão, bacalhau e, claro, os camarões. Ele sugere como opção a garoupa, que rendeu bons lances neste ano.
>>> Confira a pesquisa realizada pelo Procon, com os preços dos peixes
Para quem não é muito fã de cozinha, a opção são os peixes prontos e semiprontos, como o kit paella, camarão à milanesa, ostra gratinada e a sopa de frutos do mar.
A dona de casa Darci Macelai, de 60 anos, era uma entre as dezenas de pessoas que disputavam a atenção dos atendentes da peixaria na manhã de quinta-feira. A moradora do bairro Fátima, zona Sul de Joinville, conta que foi até o estabelecimento em busca de filé de pescada, tainha e salmão, para garantir o almoço da família nesta Sexta-Feira Santa.
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– Com a tainha vou fazer um caldo, o filé vou fritar para servir de entrada e o salmão vou preparar na grelha com cebola e pimentão. Fora os acompanhamentos – conta Darci, que vai cozinhar para o marido, os filhos e os netos.
Católica, a dona de casa relata que costuma comer peixe durante toda a Semana Santa. Para manter a tradição, a moradora observa que está gastando mais neste ano.
– Está um pouco mais caro, sim. Mas a gente gosta, então vamos levar. Sem falar que é muito gostoso – observa.
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Por que não se pode comer carne?, por padre Ivanor Macieski
A Igreja recomenda que, na Quarta-feira de Cinzas e também na Sexta-feira Santa, os fiéis jejuem e se abstenham de carne. O sentido desta prescrição antiguíssima é levar os fiéis a se unir ao sacrifício de Cristo.
Fazemos um sacrifício para nos sentirmos mais unidos a Jesus, que na cruz realizou o sacrifício de sua vida por amor à humanidade e solidariedade aos pecadores. Por que a carne? Porque é um alimento do qual, normalmente, todos gostam.
Não seria sacrifício abster-se de uma coisa da qual não se goste. O jejum e a abstinência da carne, além de nos conduzir à união com Jesus em sua experiência de sofrimento, têm ainda dois significados relacionados:
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1º – Revelam a superioridade da pessoa humana sobre as coisas; só podemos renunciar aos alimentos porque somos livres e senhores de nossos impulsos; não somos escravos das coisas.
2º – Deixando de comer uma coisa de que gostamos, e ainda sentindo um pouco de fome, lembramo-nos de quem fica sem comer por não ter o necessário para sua subsistência, e nos sentimos impelidos a ajudá-los, repartindo com eles o que Deus nos deu. A Igreja recomenda, ainda, que em toda sexta-feira do ano, o católico praticante faça uma penitência, que pode ser substituída por uma obra de caridade, por exemplo, visitar um doente ou ajudar uma pessoa carente.
Tradição de comer peixe na Sexta-feira Santa
É apenas um costume, não é uma ordem de Cristo, e seu início deu-se nas primeiras comunidades cristãs. O fato de não se comer carne com sangue na Sexta-feira Santa quer demonstrar o respeito ao sangue derramado por Cristo pela nossa salvação.
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Não ingerir carne vermelha na Sexta-feira da Paixão em respeito ao sofrimento de Cristo. Aliado a isso está o fato de o peixe ter sido o alimento dado pelo próprio Cristo ao povo faminto.