Para quê ainda serve um cartaz? Afinal, com tantos aparatos eletrônicos para se divulgar um evento, parece desnecessário criar uma peça publicitária, gastar papel com impressão e bater perna pela cidade, colando-o em muros e vitrines. Isso seria absolutamente verdadeiro se um pôster de divulgação não fosse, em inúmeros casos, também uma obra de arte digna de moldura e deleite, a ponto de valorizar o festejo que propagandeia.
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Não fosse isso, o Festival de Dança desencanaria de a cada ano buscar um nome respeitável das artes para confeccionar o cartaz da edição vindoura. Foi assim com Juarez Machado, Ricardo Kolb, Moa e Hamilton Machado, e é agora com Elifas Andreato, autor do desenho que ilustra a peça deste ano.
Sem qualquer intenção de contrapor esses trabalhos ou sugerir outra visão com caráter oficialesco, “Anexo” resolveu dividir com seis artistas joinvilenses de diferentes correntes – quadrinhos, grafite, ilustração, cartum, pop art – a missão dada pelo Instituto Festival de Dança a Andreato.
O desafio era o seguinte: se você fosse convidado para produzir o cartaz do evento, usando seu estilo e referências, o que apresentaria? O resultado está espalhado por estas páginas. Um exercício despretensioso, mas de grande valor, não só por impregnar com outras linguagens a face habitual do evento, mas por mostrar o quanto de gente boa de lápis existe em Joinville.
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Victor Bello, criador do fanzine “Feto em Conserva”
“Essa é uma arte que se relaciona com as manifestações que estão ocorrendo pelo Brasil. Trata-se de uma representação da dança no cotidiano. Entendo a ideia de ‘movimento’ com um duplo sentindo, o do corpo e o da sociedade.”

Ronaldo Diniz, diretor de arte
“A ideia para o desenvolvimento do cartaz partiu da magia que o Festival de Dança traz para joinville e deixa a cidade mais viva e colorida. São apenas dez dias, mas envolvem toda a cidade. Além dos espetáculos, a noite fica muito mais agitada, tornando julho o melhor mês para desfrutar Joinville.”

Chicolam, criador do Menino Caranguejo
“Como a ideia era fazer nossa versão em homenagem ao Festival de Dança, resolvemos ilustrar o cartaz com nossos personagens-símbolo do manguezal, o Menino Caranguejo e o Caranga. Nos concentramos em como seria dançar nesse ecossistema, palco de uma disputa de freestyle.”
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Humberto Soares, criador do personagem do Tatuí
“Humberto Soares desenha seres encantados que usam a dança para manter a vida em movimento. Toda a natureza dança! Existe a dança das árvores que faz as sementes caírem e germinarem na terra; a dança das flores, que atrai seres para a polinização; a água é dançante; as folhas dançam ao som do vento. O artista cria seres feitos de natureza que nunca param de dançar. Com a dança, esses seres dançantes criam a vida.”

Coletivo Chá, responsável por intervenções artísticas em Joinville
“A dança é feita de cores, movimentos e expressões. Juntos, esses elementos compõem um universo encantado de fantasia, criatividade e imaginação. Para espalhar ainda mais amor no 31o Festival de Dança de Joinville, o Coletivo Chá entra na dança com representações lúdicas do movimento dessa forma de arte: é o voo do unicórnio, a abertura das flores, o bater das asas dos pássaros e o giro constante e perfeito do carrossel. E, acima de tudo, é o movimento encantador das coreografias urbanas que acontecem na rua, o palco onde o Chá expõe suas cores, ideias e sonhos.”

Marcelo Oliveira, infografista de “A Notícia”
“Sapatilhas esvoaçantes… A arte em movimentos, linhas sinuosas , curvas empolgantes formando desenhos que sugerem dança em giros de ponta da clássica bailarina dos ventos, deslizando suavemente sob as flores de nossa cidade em um festival de cores e alegria.”
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