Para Maurício Felipe Sliva Hardt, de 31 anos, poupar faz parte da rotina. Desde pequeno, foi ensinado pelos pais a lidar com dinheiro. Todo troco que ganhava ia direto para a poupança. E ele quer passar para o filho de um ano e três meses a educação financeira que recebeu em casa.
Continua depois da publicidade
– Vou ensiná-lo a poupar e a investir -, afirma.
O pequeno Felipe vai conferir, na prática, que dá certo. Antes de nascer, o pai analisava a melhor aplicação para seu futuro e, com menos de dois meses de vida, contava com um investimento que crescerá junto com ele e poderá ser resgatado ao completar 18 anos.
Maurício optou por uma aplicação de renda variável.
Continua depois da publicidade
– Por ser de longuíssimo prazo, é bem arriscada, mas todos os meses monitoro os resultados -, explica.
O objetivo é formar uma poupança que ajudará o filho a começar a vida, investindo em um apartamento, carro ou faculdade.
– Ele escolherá. Será um estímulo para continuar a poupar e investir. O mais importante é a educação financeira. –
Continua depois da publicidade
Maurício diz que todos podem fazer o dinheiro render, desde que tenham disciplina. E aconselha:
– Destine 10% do salário a um fundo que não ofereça muito risco. –
Segundo o gerente da Manchester Investimentos, Henrique Baggenstoss, a procura por aplicações para o futuro dos filhos vem crescendo nos últimos três anos. Entre os que tomam esta decisão, a maioria tem entre 35 e 45 anos e mais de 90% querem garantir o acesso do filho à universidade.
Henrique aconselha a começar cedo, se possível, quando a criança tem um ano de idade. Se for investido R$ 300 por mês, durante 18 anos, será gerada renda de R$ 140 mil. Se esperar a criança atingir dez anos, os mesmos R$ 300 mensais, em oito anos, renderão R$ 40 mil. Com relação à escolha do investimento, os mais comuns são os planos de previdência privada.
Hora de definir a aplicação
Na hora de definir o tipo de aplicação, o gerente da Manchester Investimentos, Henrique Baggenstoss, diz que é preciso prestar atenção ao rendimento de opções tradicionais, como a caderneta de poupança, CDB e fundos de renda fixa, pois não estão atrativas após a queda da taxa básica de juros (Selic), de 12% para 7,25%, neste ano.
Continua depois da publicidade
– A poupança rende 5% ao ano, enquanto a inflação chegou a 5,5% -, afirma. Henrique aconselha aos pais pesquisarem a respeito de fundos de inflação e fundos de renda variável. Outra dica é entender a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), um investimento de renda fixa, portanto conservador, e que oferece isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas.
Seja qual for a decisão, ele recomenda que os pais sejam realistas quanto ao valor aplicado e tenham disciplina para não interromper o depósito mensal.
– Mesmo os pais que não tenham grande poder aquisitivo podem investir. A palavra-chave é planejamento.-
Continua depois da publicidade
Como começar
– Faça uma análise criteriosa do orçamento doméstico antes de estipular quanto vai guardar para o futuro do seu filho. Anote todas as despesas e veja onde é possível economizar. Feito isso, compare com a receita mensal.
– Não invista sem ter conhecimento. Aprenda sobre os tipos de investimento e o risco
de cada um deles.
– Busque informações em diferentes lugares, não somente em seu banco.
– Compare as taxas cobradas pelas instituições financeiras. Vale a pena questionar quando as taxas de fundo de renda fixa ou previdência ficam acima de 1% ao ano. Para a Manchester Investimentos, taxas de 4% ao ano não se justificam, pois representam mais da metade da taxa Selic, de 7,5% ao ano.
– Seja realista sobre o quanto pode destinar todo mês para a poupança do filho.
– Tenha disciplina para não interromper o depósito mensal.