Na família de Eufrásio Pereira todo mundo foi se vacinar contra a gripe, menos ele que já tem 90 anos e não larga a sapataria onde trabalha. A esposa do sapateiro, Maria Cidral de Mira, três anos mais nova que ele, esteve na Posto de Saúde do Bucarein na tarde desta-segunda-feira para começar a semana com o pé direito na saúde.
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Acompanhada da filha Maria das Dores Alves, de 62, e do genro Douglas João Alves, de 63, eles formam além de um núcleo familiar um grupo, o dos maiores de 60 anos, para os quais é indicada a procura pela vacinação nos 53 postos de Joinville.
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Para maiores de 60 anos, menores de 5, gestantes, mulheres de resguardo, doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, agentes prisionais e população privada de liberdade a vacina é um direito garantido gratuitamente pela saúde pública. Pessoas com esse perfil fazem parte da estimativa da Secretaria de Saúde de vacinar 110 mil joinvilenses na campanha deste ano.
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Febre súbita, calafrios, dores de cabeça e no corpo, mal estar, tosse, congestão nasal, irritação na garganta e fraqueza são sinal de gripe. Com a vacina que o trio de duas Marias e um Douglas tomou, eles agora estão imunes aos sintomas de três tipos de vírus que, segundo a coordenadora técnica do setor de imunização da Secretaria da Saúde Maria Goreti Cardoso, foram os mais comuns no período de frio de 2014 – o H1N1, o H3N2, ambos influenza A, e o influenza B.
– Ano passado tivemos uma situação tranquila em relação à circulação do vírus – garante a coordenadora.
Mas ela relembra a morte de quatro pessoas em São Paulo, durante 2015, em decorrência de complicações do vírus da gripe e não deixa de fazer o alerta:
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– É esperado que a patogenicidade e sintomatologia sejam mais fortes.
Quem faz parte dos grupos selecionados pela Secretaria, deve procurar o Posto de Saúde, assim como fez Maria no primeiro dia de vacinação oficial. Mesmo com dificuldades para caminhar, ela foi guiada pelo braço pela filha e não deixou de fazer rir as enfermeiras que lhe fisgaram o lombo:
– Ai, ai, ai – reclama ela se apoiando com as duas mãos na cadeira de uma das enfermeiras, emendando uma graça na outra para alegria geral da sala de vacinação – Ô fisgada louca.
Quando a filha anunciou às enfermeiras que o marido era o próximo, a senhora de 87 anos não perdoou:
– Tá todo encarangado já.