Pesquisa de intenção de compras para o Dia dos Pais, divulgada na semana passada, mostra um fenômeno curioso em Joinville. A situação financeira dos entrevistados não está melhor do que no ano passado, segundo eles próprios, porém, os consumidores querem gastar mais. Do total de 299 pessoas ouvidas na consulta, 44,5% disseram que a situação financeira está pior neste ano, contra 43,3% no ano passado. Situação melhor ou igual foi a resposta de 55,5% dos entrevistados – em 2015, esta foi a opção para 56,7% dos consumidores ouvidos.
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Mesmo com respostas que demonstram estabilidade ou leve piora, a pesquisa apontou que os joinvilenses estão dispostos a gastar, em média, R$ 144,12. O valor é 31,8% superior aos R$ 109,32 que planejavam desembolsar em 2015 – e se for considerado o efeito da inflação do período, o aumento do tíquete médio ainda chega a 20%.
Joinville foi uma das sete cidades catarinenses que participaram da pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) e pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC) entre 11 e 20 de julho. A média estadual de intenção de gasto é maior do que a de Joinville: R$ 150,69.
Estagnação
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A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville olha com cautela para o resultado da pesquisa, diante do que observa na prática. Segundo o vice-presidente da CDL e do Sindicato do Comércio Varejista de Joinville, Manfredo Trauer, as vendas para o Dia dos Pais na maior cidade do Estado devem repetir o que ocorreu em outras datas importantes, como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, quando mantiveram as marcas de 2015. Trauer prevê para 2016 projeção semelhante à nacional, que é de estagnação nas vendas até dezembro e aumento de 1,5% em 2017.
Em Joinville, várias lojas fecharam por causa da baixa demanda, explica. O setor é também o que mais demitiu de janeiro a junho. De acordo com dados do IBGE, o semestre terminou com fechamento de 538 postos de trabalho no setor.
Para saber quem está certo, se a observação das ruas ou o dado estatístico, é preciso aguardar a passagem da data comemorativa. Em 2015, a pesquisa Fecomércio/FCDL mostrou que a intenção era gastar R$ 109,32 e após o Dia dos Pais, nova pesquisa verificou que o consumidor não resistiu e abriu a carteira. O tíquete médio foi de R$ 180. O comportamento de gastar mais do que previa se repetiu nos anos de 2014 e 2013.