Wagner Jorge, 62 anos, já não fazia mais parte do grupo de risco quando os sintomas de esclerose múltipla começaram a aparecer. Ele estava com 50 anos e, como tinha histórico de dores na coluna, relacionou os formigamentos nos pés e em um dedo da mão a algum problema que poderia ser resolvido com uma prática alternativa, como acupuntura.

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— Quando a acupuntura não deu certo, pensei que podia ser no sistema circulatório, e fui no angiologista. Achando que poderia ser estresse, ele receitou antidepressivos, e isso mascarou os sintomas. Eu fiquei bem por um tempo, mas, quando voltaram, foi com força – recorda.

A terceira tentativa de identificar o que já começava a tirar forças nas pernas foi com um ortopedista. Foi quando o fotógrafo aposentado finalmente começou a fazer exames mais aprofundados que o levaram ao neurologista e ao diagnóstico correto. Com a demora, a recuperação foi mais difícil e, em 2013, Wagner chegou a perder os movimentos dos membros inferiores.

Ele explica a doença a comparando a um gráfico cheio de curvas mostrando altos e baixos: há momentos em que tudo está bem, então um surto o “derruba” novamente. Com o tratamento aliado à fisioterapia e à muita força de vontade, ele conseguiu superar este, que foi o momento difícil desde o diagnóstico, para fazer uma grande demonstração de amor: levar a filha até o altar.

— Eu construí um andador igual ao das clínicas de fisioterapia para treinar porque queria entrar andando com a minha filha no casamento dela. Consegui andar apoiado em uma bengala e fiz uma surpresa para ela, que não sabia do plano. Foi uma choradeira na hora — conta ele.

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Entenda a esclerose múltipla:

A esclerose múltipla ocorre porque o sistema imunológico, que está preparado para agredir estruturas estranhas ao organismo, por algum defeito, começa a criar uma resposta imunológica contra estruturas normais do sistema nervoso central, e isso produz um processo inflamatório.

O tratamento é baseado em evitar que o corpo aumente as crises de atividade inflamatória, chamadas de “surtos”, e é ajustado para cada paciente, já que a doença se manifesta de forma diferente em cada pessoa.

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