Jairo do Nascimento já enfrentou muitos desafios durante a vida, e sempre encarou de peito aberto. Goleiro, o joinvilense deixou a cidade natal muito cedo para ganhar o mundo e jogar em grandes times de futebol. Agora, aos 72 anos e morando em Curitiba, no Paraná, ele recebeu a notícia de que está com um tipo raro de câncer no rim, e a família pede ajuda na internet para custear o tratamento.

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Segundo a página criada para arrecadar doações, Jairo precisa de um tratamento composto por três medicamentos que podem ajudar a prolongar a vida do ex-atleta. Este tratamento custa R$ 300 por dia, totalizando R$ 9 mil mensais. A família se prepara para entrar na justiça para pedir que o SUS pague os remédios, apesar de o sistema público de saúde do Brasil não fazer cobertura deste tipo de tratamento. Enquanto isso, pedem contribuições para dez meses de compra de medicamentos, já que os familiares conseguiram o suficiente para os dois primeiros meses de tratamento.

"A equipe do Hospital Erasto Gaertner, onde o Jairo faz o tratamento em Curitiba, acredita que os muitos e muitos anos saltando em defesas no gramado tenham levado ao desenvolvimento da doença", explica o texto da campanha, criada pelo filho dele, o jornalista Jairo do Nascimento Filho.

A expectativa com a página de financiamento coletivo é arrecadar R$ 90 mil. Ela foi criada no domingo e, até a noite desta terça-feira, 18, R$ 15.750 haviam sido arrecadados.

Vida de persistência

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Jairo sonhava ser jogador de futebol desde criança, mas era muito alto e não era considerado bom no esporte. Só conseguiu ser aceito nos times depois que ganhou uma bola de couro em uma rifa, conforme o atleta contou ao jornal Tribuna do Paraná em 2013. Persistente, aos 14 anos, começou a treinar na categoria de base do Caxias Futebol Clube (que depois uniria-se ao América Futebol Clube para tornar-se o JEC) e aos 16 passou a jogar profissionalmente no time.

Na mesma época, deixou o emprego na fábrica de refrigeradores da Consul para dedicar-se somente ao futebol e, aos 17 anos, já estava a caminho do Rio de Janeiro para ser treinado pelo técnico Telê Santana e ser reserva do então goleiro da Seleção Brasileira, Félix, que era o goleiro titular do Fluminense.

O joinvilense ficou dois anos e meio no time carioca, onde passou boa parte do tempo como reserva, antes de ser contratado pelo Coritiba, na capital paranaense. Lá, permaneceu por 12 anos e iniciou sua fama de invencibilidade: ficou o equivalente a 905 minutos sem tomar gol.

Na mesma época, foi convocado algumas vezes para integrar a equipe da Seleção Brasileira, mas sua única partida oficial foi em uma partida do Brasil contra o Uruguai, no Maracanã, em um jogo válido pela Taça Atlântico e Copa Rio Branco.

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Em 1976, foi para o Corinthians, onde confirmou a fama: em 1978, como titular, passou quatro meses sem tomar gol, em um total de 1.131 minutos, considerado um recorde no Campeonato Brasileiro até hoje. No Corinthians, realizou 189 jogos.

Encerrou a carreira como jogador em 1991, depois de também passar pelo Náutico, pelo Atlético de Três Corações (MG) e pelo Trespontano Atlético Clube de Três Pontas-MG.

Em 2005, foi técnico do Operário de Mafra (SC). Nos últimos anos, dedicou-se a atuar como professor em escolinhas de futebol em Curitiba.

Saiba como ajudar:

Colabore na página de financiamento coletivo criada pela família.

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