Nos próximos 10 dias, os joinvilenses podem ter a experiência de assistir à efemeridade da vida enquanto observam um campo de mil metros quadrados de girassóis. As flores, semeadas em maio, abriram no fim de semana e cumprem, diariamente, sua viagem em torno de si mesmas enquanto buscam pela luz do sol. Em duas semanas, no entanto, eles começam a morrer e a imensidão amarela do jardim deixará de existir para dar lugar a um novo cenário.
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Essa é uma iniciativa inédita na cidade, produzida pelo pesquisador e empresário Dario Bergemann na Agrícola da Ilha, zona Norte da cidade. A empresa, que abre seus 10 hectares para visitação do público, reuniu uma necessidade técnica ao desejo antigo dos clientes de caminharem em um campo das populares flores amarelas que ultrapassam 1,50 metro de altura.
Os girassóis foram plantados, ironicamente, em um espaço chamado de Jardim do Sol. É um dos mais famosos da empresa transformada em ponto turístico de Joinville, onde há uma capela usada em casamentos e no qual, até pouco tempo, havia um campo de Sunpatients.
– Há quem diga que somos loucos de plantar girassóis, que tem um ciclo tão curto, mas ele foi escolhido, justamente, por isso. São 60 dias de crescimento, 15 dias de floração e acabou. Depois, vai virar matéria orgânica em outro jardim – conta Bergemann, revelando que foram 7,2 mil sementes.
As Sunpatients, conhecidas popularmente por “beijinho”, haviam sido semeadas há pouco mais de um ano e, agora, era hora de realizar a rotação de culturas. Esta é uma técnica agroecológica na qual as espécies cultivadas são alternadas a cada ano, em uma mesma área. Isso ocorre porque se houver o cultivo de uma única variedade na mesma área ela explora do solo apenas os nutrientes essenciais à espécie e pode desequilibrar as reservas minerais ao longo do tempo.
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– Havia nitrogênio em excesso no solo, e o girassol é exigente no consumo do nitrogênio, mas o mesmo não é interessante para a Sunpatient – explica ele.
Passeio entre flores e lagos
Além da visitação do campo de girassóis, também é possível adquirir flores, sejam elas cortadas para arranjos ou plantadas em vasos. Mas o pesquisador avisa que o tempo de vida não mudará.
Apesar da rapidez com que abrem e murcham, o girassol é o tipo de planta que sobrevive em praticamente todos os ambientes. Originário da América do Norte, ele foi “domesticado” há séculos e pode ser plantado em qualquer jardim, em qualquer clima, desde que tenha acesso fácil ao sol.
A Agrícola da Ilha foi aberta nos anos 1990, mas foi na última década que se tornou uma espécie de parque de Joinville. Além de campos de cultivo para hemerocallis – gênero botânico para o qual a empresa criou o Festival Brasileiro em 2002 – e de outros jardins, o local também apresenta lagos ornamentais, que é outra de suas especialidades. Em um deles, é possível alimentar carpas-japonesas.
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A visitação é aberta de terça a sexta, das 7h30min às 17 horas, e aos sábados, das 9h às 17 horas. Até o fim de agosto, abrirá também aos domingos, no mesmo horário de sábado. Além de visitar os espaços e adquirir plantas e produtos para jardinagem, os gramados são liberados para piqueniques. Aos sábados, há também opção de café colonial no Hemerocallis Café.
Agende-se:
O quê: Floração de girassóis na Agrícola da Ilha
Quando: a floração ocorre até o fim de agosto. O local abre de terça a sexta, das 7h30 às 17 horas, e nos sábados, das 9 às 17 horas.
Onde: Rua Ten. Antônio João, 4.257, Bom Retiro. Contato: (47) 3473-0628.
Quanto: R$ 20, com meia-entrada para pessoas até 17 anos, estudantes com carteirinha e idosos com 60 anos ou mais. Crianças de zero a cinco anos não pagam.
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