Em dia de rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, ela divide a atenção entre a tela do celular, dois computadores e uma televisão. Assiste ao mesmo tempo todas as partidas e analisa o desempenho de jogadores, questões táticas das equipes e padrões que se repetem em campo. O objetivo? “Mitar” na rodada no Cartola FC e conseguir as melhores pontuações e dicas para os seguidores no fantasy game do Brasileirão.
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Nascida e criada em Joinville, Camila Campos é a primeira mulher a ter um canal focado em Cartola FC no Brasil e, este ano, virou influenciadora oficial do jogo. A jovem de 25 anos, formada em jornalismo, mergulhou no universo do fantasy esportivo de maior sucesso no país e é responsável por criar conteúdo sobre o Cartola e dar dicas de escalações a cada rodada. Tudo isso, claro, aumentando o espaço das mulheres nos debates sobre futebol.
Apaixonada por futebol, Camila passou a acompanhar mais o esporte e ir aos estádios com o pai na adolescência. Na hora de decidir por uma carreira, escolheu o jornalismo com o sonho de virar apresentadora ou repórter de campo. Mas foi no Cartola que a joinvilense encontrou uma forma de se dedicar ao esporte e viver o dia a dia do mundo da bola, dividindo transmissões na internet e fazendo amizade com comentaristas como Caio Ribeiro e Ana Thaís Matos.
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– Comecei o Cartola em 2013. Foi uma maneira de me aproximar do futebol, uma oportunidade de conhecer os clubes e os jogadores. Em 2018 criei um canal no YouTube, falava um pouco de Fifa, e virou um canal voltado para o Cartola. Só tinha canais de homens até então, eu fui a primeira menina – conta Camila.
A repercussão do conteúdo voltado ao game fez a joinvilense ser convidada a entrar no time oficial de influenciadores do Cartola FC em 2021. Agora, Camila vive o fantasy sete dias por semana. Ela faz vídeos para o site oficial e as redes sociais do Cartola, participa de transmissões ao vivo, escala um time com dicas para os jogadores em cada rodada e ainda cuida de uma liga somente para mulheres.
– Eu começo a semana com futebol e encerro com futebol. Durmo com Cartola, acordo com o Cartola. Está sendo incrível, toda semana tem alguma coisa diferente. Eu fico encantada, estava super nervosa no dia que conversei com o Caio (Ribeiro), até derrubei um copo de água no notebook [risos].
Comentários machistas
Como mulher falando sobre futebol diariamente, Camila também precisa lidar ainda com comentários machistas nas redes sociais. Ela conta que as ofensas representam a menor parte dos comentários, e que no início nem lia as mensagens, mas hoje passou a ler e responder de forma irônica ou bem humorada às críticas recheadas com preconceito.
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– Obviamente tem aqueles comentários que não são legais, pessoal falando que eu não deveria estar ali, deveria estar na cozinha, deveria estar passando maquiagem. Mas eles são muito pequenos perto do pessoal que me acompanha, que me abraça.
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Com o sucesso das “dicas da Cami” no Cartola, a joinvilense tem conseguido também abrir espaço para mais mulheres debatendo futebol e o fantasy game do Brasileirão:
– Cresceu bastante nos últimos meses, e esse foi um dos objetivos: ter essa representatividade feminina. Por mais que tenha meninas que jogam, o público é menor, futebol é machista. Agora tem liga no Cartola, tem grupo no WhatsApp, meu instagram cresceu. Eu fico muito feliz, porque eu me torno representante delas.
Dicas da Cami
Você manda mal no Cartola FC? Está na lanterna da liga com os amigos e amigas? A Camila deu algumas dicas de ouro que usa em todas as escalações:
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– Tem que acompanhar realmente os clubes, os jogadores. Às vezes alguém joga muito bem em campo, na vida real, mas para o Cartola o que ele joga bem não desenvolve pontos. Tem que pegar os dados das partidas, ver os que mais desarmam, os que mais finalizam, os times que cedem mais pontos, os que permitem mais roubadas de bola, as defesas mais vazadas.
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