Eduarda Henklein, a mais jovem baterista do Brasil, cresceu. Aos nove anos, a menina-prodígio da música de Joinville já não causa mais surpresa pela desenvoltura com que senta à bateria e tira canções complexas do instrumento – seus vídeos tocando clássicos do rock internacional começaram a rodar o mundo quando ela tinha apenas quatro anos de idade e é difícil encontrar alguém que não conheça seu talento.
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A fama também a levou a rodar o mundo: foi convidada para se apresentar em programas de TV nos Estados Unidos, na Colômbia, no México, na Alemanha, na Austrália, na Itália e na Holanda, além de ter se tornado figurinha fácil na TV brasileira.
Nos últimos meses, ela viveu o um desafio que não tinha nada de infantil: chegar à etapa final de um concurso no qual foi selecionada entre mil artistas brasileiros e concorreu com 50 candidatos — a maioria deles, adultos. O programa “Fábrica de Talentos”, exibido pelo canal por assinatura Multishow, estreou em 23 de outubro e terminou na quinta-feira, dia 22 de novembro. Duda não venceu, mas ficou entre os cinco finalistas que disputaram o prêmio de R$ 25 mil.
— Foi mais um aprendizado para ela e para mim também, porque foi a primeira vez que não era só uma coisa de criança. Tinha muita gente com todo tipo de talento, com apresentações surpreendentes – conta a mãe da Duda, a cantora Mel Plens.
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Menina impressionou jurados
No primeiro programa, a joinvilense tocou “Toxicity”, da banda System of a Down, e só isso já impressionou o suficiente para que ela nem precisasse da análise dos jurados: recebeu o passe do "martelo dourado", que garantia a participação na segunda fase. Na segunda vez, tocou "Psychosocial", da banda Slipknot, mais complicada que a primeira, e recebeu o passe direto para a nova etapa, sem necessidade de votação novamente.
— Na semifinal, a Dani Valente, que era madrinha dela na fase, disse que seria legal se ela tocasse tudo ao vivo, porque até então ela tocava com uma base gravada. O programa trouxe um baixista e um guitarrista, pessoas que ela nunca tinha visto antes, e eles ensaiaram rapidinho antes da apresentação. Ela nem ensaiou na bateria, só os músicos tocaram os instrumentos e ela foi fazendo os movimentos no chão com a baqueta para acompanhar. Fiquei preocupada, mas confiei — recorda Mel.
Diante da plateia e dos jurados, usando uma jaquetinha feita especialmente para ela pelo artista joinvilense Ademar Silveira "Podekrê", Duda arrasou: tocou uma música do Kiss ao vivo e ainda cantou junto – o público e os jurados aplaudiram de pé. O que mais ela poderia fazer para se superar e se destacar entre os competidores depois disso? Quando a etapa final chegou, a joinvilense tocou e cantou novamente – mas fez tudo de olhos vendados.
Dedicação às composições e olhos no futuro
Enquanto tudo isso acontecia, Duda ainda dava conta de uma rotina intensa como de gente grande: além de manter as boas notas no terceiro ano do ensino fundamental, ela estuda inglês – o que, aliás, a ajudou nas várias entrevistas internacionais nos últimos anos –, faz aula de teatro e atende aos compromissos em eventos e participações em programas de TV.
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Neste ano, ela já participou duas vezes do programa da Eliana – no qual, inclusive, foi a mais votada pelo público no quadro “Famosos da Internet” —, no SBT; e gravou uma participação que deve ir ao ar nos próximos dias na “Hora do Faro”, da Record. E em meio a tudo isso, claro, há as aulas e ensaios de bateria.
— Ela é muito dedicada em tudo o que faz. E, agora, já sabe como quer as apresentações, toma decisões e começou a compor. Para 2019, já teremos algumas músicas autorais da Duda — conta a mãe.
Duda quer ensinar bateria
Com uma carreira artística iniciada quase sem sentir e os principais programas de TV do país, parcerias com artistas famosos e uma participação especial em uma novela infantil, os planos a longo prazo da baterista mirim são em tom altruísta. Em vez de sonhar com fama e sucesso, ela prefere dividir conhecimento.
— Quando eu crescer, quero ser uma professora de bateria. Quero ensinar as pessoas, porque hoje eu já inspiro muita gente, e quero que mais pessoas saibam tocar também —analisa a menina.
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