Quando será dado o próximo salto gigantesco da humanidade na exploração do universo, ainda não se sabe. Mas, em Joinville, uma terráquea disposta a ir a Marte já comemora mais um passo no processo de seleção do Projeto Mars One, que pretende colonizar o Planeta Vermelho com 24 pessoas até 2023.

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A bancária Priscila Justus Hamad, de 28 anos, foi informada na noite desta quarta-feira, por e-mail, que está entre os 706 candidatos escolhidos para a fase de entrevistas do recrutamento. As datas ainda serão anunciadas.

Na primeira fase da seleção, 202.586 pessoas de vários países se inscreveram. No último dia de 2013, o projeto anunciou que somente 1.058 candidatos passaram adiante, entre eles Priscila. A expectativa já era grande, mas foi impossível conter o frio na barriga ao abrir a caixa de e-mails nesta quarta, com a confirmação de mais uma etapa superada.

-É sempre uma surpresa. Estou super feliz que ainda me querem – comemorou a joinvilense, moradora do bairro Santo Antônio, na zona Norte.

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Priscila e toda a família dela sabem que a passagem, se vier, será só de ida. O namorado da bancária, Felipe Fruit, 30 anos, é um dos que pode ficar para trás. Ele também buscou um dos 24 lugares em Marte, mas não foi pré-selecionado e ainda torce para tentar a chance novamente em novas inscrições.

Por enquanto, nenhum obstáculo parece desmotivar Priscila de se tornar uma “marciana”.

-Entramos em contato, nos colocamos à disposição de viajar. Existem diversos outros projetos de fazer colônias lá. O futuro é esse mesmo, de avançar e explorar outros planetas – reforça Priscila.

O Projeto Mars One tem reunido patrocinadores e investidores para viabilizar a colonização de Marte como um reality show de proporção mundial. A ideia é televisionar toda a experiência.

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É previsto concretizar a primeira fase a um custo de US$ 6 bilhões. Cientificamente, no entanto, ainda não há garantias de que a humanidade conseguirá colonizar Marte até 2023.

A Notícia – O interesse em colonizar Marte ainda está de pé?

Priscila Justus Hamad – Estou super feliz que ainda me querem. Fiquei surpresa com a quantidade de desistências (um terço dos pré-selecionados desistiu). Pode ser que o pessoal, quando começa a ver a coisa se materializar para valer, passa a repensar.

AN – O seu namorado não passou da fase anterior. Você já cogitou desistir?

Priscila – Desde o primeiro momento, a gente estava bem consciente desses desdobramentos. Nos inscrevemos com o pensamento de um apoiar o outro. Temos visto tantas matérias na internet, algumas dizem que em dez anos haverá turismo para ir e voltar. Não se sabe o dia de amanhã, entramos em contato, nos colocamos à disposição de viajar. Existem diversos outros projetos de fazer colônias lá.

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AN – Como seus familiares têm reagido?

Priscila – Está todo mundo apoiando muito. Meu pai foi o primeiro a aprovar, disse que queria ir junto. Mas a minha mãe está com ocoração na mão, chorou quando recebeu a notícia.

AN – Você tem informações sobre as medidas de viabilizar o projeto?

Priscila – A seleção está andando, tem gente apoiando. Acompanhamos pela internet, pelos Facebook e vemos que está cada vez mais real para a humanidade. Uma das fases mais importantes será o reallity show. Então, as pessoas precisam ter essa pré-disposição para serem avaliadas. Isto já parte do princípio de que terão de conviver para sempre com outras 24 pessoas. Se alguém tem problemas de relacionamento, já vão analisar na entrevista.