– O Paul é meu guia turístico -, diz Sônia Regina Machado (ou Sônia McCartney, codinome fornecido pela idolatria de décadas), naquele tom de intimidade típico de quem conhece o ídolo melhor do que ele mesmo.
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Seguir os passos do beatle já levou a joinvilense ao Rio de Janeiro, a Curitiba, a Porto Alegre, a Buenos Aires, a Londres, a São Paulo e, mais recentemente a Recife. Agora, ela pode incluir mais uma escala em seu mapa de fã: Floripa, onde chegou terça à tarde, menos de 24 horas depois de retornar da capital pernambucana, onde assistiu aos dois shows de On the Run Tour.
Ela chegou de Recife às 22 horas de segunda. Mal teve tempo de digerir com a família a repetida experiência e a netinha Megan, de apenas um ano, já a acompanhava na preparação para a curta hospedagem na Capital, enquanto a beatlemaníaca lembrava de flashes da abertura da turnê.
De ônibus e sozinha, ela saiu de Joinville às 10h30 de terça, para dar tempo de retirar o ingresso no Estádio da Ressacada e se instalar em um hostel na Lagoa da Conceição.
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– Se conseguir chegar próximo ao resort onde ele está também vou até lá -, adianta Sônia, que esperava encontrar no show antigos amigos que fez durante os espetáculos anteriores.
Cansada e rouca, Sônia cumpre uma maratona de quase uma semana na cola de sir Paul. Na terça, fez a rota rodoviária-hotel-Ressacada-hotel e voltou ao estádio às 8 horas de quarta. Ela até pensou em acampar no estacionamento, mas os 57 anos de idade exigiram um descanso.
A idade também se revelará nos dizeres do cartaz preparado para o show: Please, call a grandma (por favor, chame uma avó). A esperança é de que a condição familiar sensibilize a produção e Sônia possa finalmente conhecer pessoalmente o ídolo de toda uma vida.
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Merecer, ela merece. Ou o quê dizer de uma pessoa que já foi a 13 concertos de um único superastro?
– As pessoas dizem: ?Mas não é o mesmo show?? Não é, a energia é diferente, algumas músicas são diferentes -, enumera Sônia, que sabe exatamente qual a vitamina dá forças para chegar a 14ª apresentação de Macca.
– É o amor. E não estou dando dinheiro para o Paul, sou eu quem estou ganhando -, garante.
Para completar, não é bem a palavra “exausta” que ela usa para demarcar o fim dessa correria atrás de McCartney.
– Só vou ficar triste quinta-feira, quando ele for embora.