O exemplo dos jogos olímpicos, nos quais mulheres e meninas são submetidas a esforços rigorosos em busca do melhor resultado provoca o debate sobre as práticas atuais de procedimentos contraceptivos. Pela primeira vez, o Comitê Olímpico Brasileiro incluiu na equipe uma ginecologista, o que demonstra uma maior preocupação com o tema, na avaliação da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (Sogirgs).
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– A iniciativa é interessante no sentido de proporcionar um atendimento e um entendimento mais aprofundado da parte de ginecologia para essas atletas que estão competindo. Isso vem a adicionar para que haja um maior controle e bem-estar no atendimento médico das mulheres durante a competição – afirma a diretora administrativa da Sogirgs, Maria Celeste Osório Wender.
O caso das ginastas é o que causa maior polêmica, conforme Maria Celeste. A atividade física muito extenuante pode provocar alterações que acarretam na não menstruação. O fenômeno é determinado por dois diferentes fatores: a própria atuação de elevado estresse da atividade física faz com que seja interrompida a função ovulatória, ou a diminuição do percentual da gordura corporal da atleta provoca uma alteração da produção hormonal, que, consequentemente, leva à não menstruação.
Durante os 16 dias de jogos, as mulheres são obrigadas a lidar com um inimigo silencioso que pode ser a Tensão Pré-Menstrual (TPM), que pode afetar o rendimento das atletas. Para evitar isso, o mais comum é o uso de uma pílula anticoncepcional em regime estendido, ou seja, sem o intervalo, para evitar a menstruação durante a competição.
– Em muitos casos se faz isso por comodidade. Isso é absolutamente tranquilo e não causa problemas porque não interfere na função hormonal e traz benefício para a atleta – completa a médica.
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A delegação brasileira na Olimpíada de 2012 contou com a participação de 123 atletas mulheres. Elas representam 47% do total de participantes do país nos jogos de Londres.