Os ingressos para os quatro jogos em Curitiba na Copa de 2014 estão entre os mais concorridos do Mundial. Segundo a Fifa, na primeira fase de vendas, os jogos na Arena da Baixada, além das partidas de abertura, da Seleção Brasileira e da final foram os mais cobiçados. Na segunda fase, no início do mês, a venda para os bilhetes no estádio do Atlético-PR durou menos de uma hora, quando todos os bilhetes disponíveis se esgotaram.

Continua depois da publicidade

A elevada procura por Curitiba se explica por dois fatores: com capacidade para 42 mil lugares, a Arena da Baixada é o menor estádio em termos de capacidade de público. Aliado a isso está o fácil acesso a Curitiba, tanto para grandes cidades do sul do Brasil quanto para países vizinhos do Mercosul. Uma posição que fez da cidade alvo de turistas, que disputaram com os próprios curitibanos as cobiçadas entradas. Um exemplo é o uruguaio Rodrigo Martinez de Álava, que mora em Montevidéu e faz planos para vir ao Brasil acompanhar a sua seleção, sonhando repetir o feito da Copa de 1950. Ele ainda não tem ingresso garantido, mas disse que vai tentar junto com alguns amigos ingressos para os jogos em Curitiba ou Porto Alegre.

– Nessas cidades, posso viajar de ônibus ou carro, já que de avião é quase impossível pela alta dos preços – diz.

Álava cursou mestrado em administração na Universidade Federal do Paraná e disse ter como outro diferencial curitibano a facilidade de hospedagem na casa de amigos.

– Assisti a última Copa América na Argentina e foi a melhor experiência, ganhar na casa do organizador. Tomara que aconteça novamente e eu esteja lá para assistir. Seria ratificar uma daquelas coisas pouco explicáveis do mundo. Um país com só 3 milhões de pessoas, todos fiéis torcedores da Celeste. É aquela sensação de demonstrar o que pode fazer um país pequeno quando tem convicção, garra e esperança – completa.

Continua depois da publicidade

Entre os curitibanos, o sonho de estar presente na Copa também é grande. O casal de bancários Gustavo Rolin e Nádia Mazon Cézar conseguiu, na última carga de ingressos colocada à venda, garantir suas entradas para os quatro jogos na capital paranaense. Ela estreia em Mundiais, enquanto ele acompanhou aos jogos da Copa da África, em 2010. Ao comparar a infraestrutura brasileira com a da África do sul, ele se mostra preocupado, principalmente com quem for se deslocar entre as sedes.

– Gostaria que o Brasil pudesse ao menos oferecer o mesmo que a África do Sul ofereceu. Como lá eu era turista, não morador, não tive qualquer tipo de transtorno. Viajei bastante lá dentro e deu tudo certo nos voos entre as sedes. Já aqui, acho que teríamos grandes problemas em nos deslocar entre uma sede e outra, caso fossemos assistir a algum jogo fora de Curitiba.

Sobre a preferência pela sede curitibana na busca por ingressos, Gustavo arrisca dois palpites:

– Acho que o maior poder aquisitivo de Curitiba comparada a outras sedes e pelo fato de Curitiba ter um bom “cartaz” no Exterior, moderna e com um clima mais aprazível para o europeu.