A interatividade que jogos de videogame oferecem ao jogador se revelou uma ferramenta eficiente na reabilitação de pessoas com problemas físicos originados por acidente vascular cerebral (AVC), mostrou uma pesquisa que já dura três anos em Joinville.

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Agora, o novo desafio do programa de computador Dance 2 Rehab – em português, “dança para reabilitação” – é produzir melhoras na coordenação motora e na capacidade de aprendizado de crianças com síndrome de Down.

O pequeno Lucas Ferreira Eufrazio, de dez anos, está experimentando o potencial de tratamento do jogo de realidade virtual desde março.

De acordo com a mãe dele, Edineia da Luz, desde que o menino passou a participar das sessões tem melhorado na escola, além de ter aprendido as cores e adquirido boa noção de lateralidade – diferença entre esquerda e direita.

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– Ele está gostando bastante, adora vir fazer -, conta Edineia.

A projeção da criança dentro do jogo, por meio de câmeras e sensores, permite que ela adquira consciência do próprio corpo, dos movimentos e do equilíbrio. Também estimula visão e audição.

Objetos simples que os pequenos reconhecem logo de saída, com nomes curtos (pato, chuva, sapo e bola) aparecem, em cores fortes, caindo na tela. Conforme as crianças conseguem tocá-los o jogo aumenta a velocidade.

A fórmula é simples, longe da sofisticação de um game japonês, mas motiva e atrai a atenção das crianças. Enquanto isso, um fisioterapeuta controla o esforço dos pequenos.

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– Diferentemente de outros videogames, aqui se trabalha movimento e postura -, acredita a fisioterapeuta do Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial (Naipe) da Saúde de Joinville, Luziane Bombazar Blume, que participa da pesquisa.

– A interatividade entre a criança e o jogo é o grande achado para a reabilitação -, afirma.

Cooperação científica

Em testes desde março, a segunda versão do programa foi idealizada pelo coordenador do mestrado em computação aplicada da Udesc de Joinville, Marcelo da Silva Hounsell, e desenvolvida por alunos de ciência da computação, em parceria com o Naipe e alunos de fisioterapia da Associação Catarinense de Ensino (ACE).

Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), o estudo tem avaliado a performance de dez crianças com idades entre oito e dez anos. De forma a medir os benefícios, um grupo de cinco pequenos faz três sessões semanais de meia hora.

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A outra turma faz o papel de grupo de controle – é poupada para que, ao fim, seja possível comparar desempenhos. Ainda é cedo, mas a fisioterapeuta Luziane arrisca uma conclusão positiva.

– Já percebo diferenças nos que tinham dificuldades motoras e de concentração no jogo.

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