Junho de 2000. O Brasil entra em campo, no Nacional de Lima, para enfrentar o Peru com a seguinte escalação: Dida; Cafu Antônio Carlos, Aldair e Roberto Carlos; Emerson, César Sampaio Alex e Rivaldo; Edmundo e França. Esse time venceu os peruanos por 1 a 0, gol de Antônio Carlos. Hoje, 25 de abril de 2001, às 21h45min, a Seleção joga novamente contra Peru, pelo segundo turno das Eliminatórias da Copa de 2002, no Morumbi. Curiosidade: a equipe não terá sequer um daqueles atletas. O desespero e a preocupação com derrotas que nem o torcedor mais pessimista poderia prever, como para o Equador, em março, provocaram uma mudança drástica de rumo da Seleção. As estrelas deram lugar a jogadores pouco conhecidos como Alessandro, Leomar e Ewerthon, que começam a partida de hoje como titulares. A idéia, segundo a comissão técnica, é partir do zero. – Pensamos que estávamos criando uma base, mas a necessidade fez com que mudássemos – justificou o técnico Emerson Leão. Falta pouco mais de um ano para a Copa do Mundo e ninguém sabe quem irá defender a Seleção tetracampeã do mundo na Copa do Mundo do Japão e da Coréia do Sul. – Infelizmente não tivemos resposta dos jogadores que estavam sendo utilizados e, por isso, fomos obrigados a tomar uma atitude – completou o coordenador técnico Antônio Lopes. Pior, não se sabe nem quem irá disputar a Copa das Confederações, que terá início no fim de maio. Tudo dependerá da partida desta noite no Morumbi. Os únicos convocados para o jogo de hoje que estiveram em Lima são o volante Vampeta, que naquela ocasião ficou no banco, e o atacante França, que ficará na reserva. É um retrato do desespero e da tentativa de reverter a caótica situação. Leão acredita que os novos jogadores da Seleção estão em melhores condições físicas e, até, mais motivados. O entrosamento dos corintianos Ricardinho, Marcelinho e Ewerthon é a aposta da comissão técnica para que a Seleção confirme seu favoritismo e não dê outro vexame nas Eliminatórias. Os brasileiros venceram 22 dos 31 confrontos com os peruanos na história e perderam apenas três. – O Brasil tem obrigação de vencer. E também dar espetáculo – afirmou o atacante Romário. A partida contra os peruanos, que teoricamente não teria tanta importância, passou a ser fundamental para a Seleção nas Eliminatórias e até para a tranqüilidade de Leão. Além de deixar o Brasil em posição delicada na tabela de classificação – está oito pontos atrás da líder Argentina -, um tropeço poderá ameaçar a permanência do treinador no cargo.
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