Torcedores de Avaí e Figueirense estão agitados om as acusações de Flávio Félix, dizendo que o Figueirense comprou uma vaga na Copa Sul/Minas. Incrível, o Félix ressuscitou um torneio ainda longínqüo em meio ao Módulo Amarelo da Copa João Havelange. Como vários leitores mandam e-mails cobrando postura da coluna em relação ao assunto, aí vai: para mim, o Félix fez uma típica manobra daquelas usadas por advogados – que por sinal é sua profissão – para desviar a atenção da opinião pública. E como é hábil e escolado, teve sucesso. Ao invés de se cobrar do Avaí um futebol mais competente, que o ajude a classificar, passa-se a ocupar espaço com outras questões. Aperto olímpico Este iatista, diante da demora da largada, não se constrangeu. Usou o mar ecologicamente correto da Austrália para um aliviante pipi. Taí um novo método de afastar tubarões, muito mais prosaico que sonares modernos. Tigre assanhado Quietinho, como se fosse mineiro, o Criciúma cresceu no final da competição. Ajeitou seu corpo diretivo e encontrou resposta no futebol e na tradicional eficiência do técnico Luiz Gonzaga Milioli, que sabe trabalhar os garotos como poucos. Pena que terá três confrontos fora de casa consecutivos. Um deles, grande clássico de domingo contra o Figueira. O bicho vai pegar no Scarpelli. Dia quase light Boas notícias olímpicas ontem. O vôlei masculino superou os holandeses, o vôlei feminino de praia segue firme, nossa ginasta Daniele Hipólito fez história ao conseguir a melhor colocação que uma brasileira já teve neste esporte. Pena o acidente no Hipismo. Personagens É preciso ficar atento nos personagens envolvidos nesta polêmica que detonou Félix. O presidente do Figueirense, Paulo Prisco Paraíso, adota postura defensiva, mas segura. Deixa transparecer que o Figueirense está com a vaga assegurada e, inclusive, requisitou a fita com a gravação das acusações de Félix para possível medida judicial. Já Félix botou lenha na fogueira, resta saber se o objetivo era mesmo tirar a atenção do mau momento avaiano, ou tentar melar uma possível articulação de bastidores do alvinegro. Já o presidente Delfim, bom deste todos sempre sabemos a resposta: “Nada está definido”. Reflexão Num torneio onde o que vale é o convite, não vejo grande problema em negociar uma vaga, desde que o proponente tenha bala na agulha para tal. Seria, no máximo, antiético. Mas falar de ética no futebol brasileiro é, no mínimo, brincadeira. Nos bastidores, já foi assim com o Criciúma, que em 88 foi acusado de “negociar” sua presença na competição. Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra.

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