Um escândalo tomou conta da liga de basquete argentina, envolvendo as jogadoras do time El Talar. As atletas denunciaram que foram filmadas enquanto tomavam banho no vestiário do Clube Náutico Sportiv, em Rosário. As informações são do jornal O Globo e do La Nacion.
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O caso veio à tona quando Luciana Delabarba, jogadora do El Talar, percebeu um celular sendo apontado para os chuveiros através de uma abertura na parede que dividia o vestiário feminino do masculino. A atleta relatou que, após sair do banho e começar a se trocar, notou um braço segurando um celular preto acima da parede, filmando ela e suas colegas.
Imediatamente, ela alertou suas companheiras, que estavam no vestiário, sobre o que estava acontecendo. Inicialmente, as atletas ficaram chocadas e paralisadas, mas depois comunicaram o ocorrido à sua equipe e aos dirigentes do clube.
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Com isso, as jogadoras de basquete do El Talar decidiram não jogar a partida marcada contra o time local, em forma de protesto, exigindo justiça e providências. As câmeras de segurança do clube registraram um menor entrando e saindo do vestiário no momento do incidente.
Aparentemente, o suspeito já teria experiência em escalar o muro para efetuar a filmagem, dado o posicionamento da câmera em relação aos chuveiros. As esportistas foram informadas de que uma investigação foi aberta no Clube Náutico para identificar o menino e sua família.
— A maneira como ele fez isso, aparentemente, é algo que talvez ele já fizesse normalmente porque é um muro bastante alto, você tem que saber como vai escalar para saber exatamente para onde vai mirar na hora de gravar. O menino subiu até o local que apontava para os chuveiros e trocadores — comentou a jogadora Luciana Delabarba.
A polícia também foi acionada para registrar a denúncia. Ainda não foi confirmado se o menor tirou fotos ou fez vídeos. Luciana Delabarba expressou seu repúdio ao ato de violência contra a mulher e pediu justiça, através de uma publicação no Instagram.
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As jogadoras de basquete Lara Tribouley e Juana Barrionuevo, que fazem parte do time, também ressaltaram a necessidade de erradicar a violência em todas as suas formas, e expressaram que o caso foi um choque para a equipe. As atletas lembraram que isso poderia ter acontecido a qualquer pessoa, incluindo menores, já que o clube também é usado para atividades infantis.
— Não é fácil falar, somos 12, somos uma equipe, é algo que nos fortaleceu e que talvez nos uniu. Cada mulher, cada pessoa, que sofre algo assim, vivencia de uma forma diferente, de uma forma diferente, e faz o que pode. Por isso há a luta das mulheres todos os dias e por isso vamos continuar a lutar. Também há homens que estão do lado do respeito e da igualdade — disseram.
*Pablo Brito é estagiário sob a supervisão de Diogo Maçaneiro