O gaúcho Carlos Ertel, da seleção brasileira de handebol, ouro nos Jogos Pan-Americanos, conversou nesta terça-feira com os internautas do clicRBS. No bate-papo, Ertel, jogador do Imes, de São Caetano do Sul (SP), admitiu que o handebol brasileiro ainda é amador e não tem estrutura para compatível com a popularidade do esporte no Brasil.

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No chat, Ertel falou ainda sobre a expectativa para as Olimpíadas de 2008 (o Brasil já tem vaga garantida), mas disse que a seleção masculina não tem chances de buscar uma medalha. Segundo ele, um 8º lugar seria uma ótima colocação. No último Mundial de handebol, dominado por alemães e poloneses, o Brasil não passou da primeira fase.

Confira a íntegra da entrevista online:

Pergunta do internauta JUNIOR: Qual a sensação de ganhar medalha de ouro numa competição nos país de origem, mesmo sendo o handebol um esporte não tão valorizado pelos brasileiros?

Carlos Ertel: Vencer dentro do nosso país… esperamos que os patrocinadores olhem com mais carinho para a modalidade.

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clicRBS: Boa tarde! Qual a avaliação da participação do handebol masculino no Pan?

Carlos Ertel: A mais positiva possível, ser bi-campeão em cima dos argentinos é muito bom.

clicRBS: O que esperar de Pequim-2008? Qual a expectativa de vocês? É possível pensar em superar o décimo lugar de Atenas-2004, que já é um resultado histórico? A seleção feminina já pensa até mesmo em medalha.

Carlos Ertel: Olimpíada é um passo muito grande ainda para nós. Um 8º lugar seria muito bom.

Pergunta do internauta JUNIOR: Jogas em algum time fora do país? Qual?

Carlos Ertel: Jogo no Imes, em São Caetano (SP).

clicRBS: Qual a principal potência do handebol mundial? Qual o nível do handebol brasileiro em relação aos parâmetros internacionais?

Carlos Ertel: A Europa inteira. A atual campeã do mundo é a Alemanha, vice Polônia… No cenário mundial, estamos em 18º.

clicRBS: O handebol é um dos esportes mais praticados nas escolas do Brasil mas quase inexiste profissionalmente no país. O que precisa ser feito para consolidar o esporte no Brasil?

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Carlos Ertel: Até os ditos times profissionais não são… Somos amadores, não tenho carteira assinada, por exemplo. É preciso que os patrocinadores vejam a possibilidade que têm nas mãos de um veículo tão forte como o handebol, que teve público de 4 mil pessoas por jogo no Pan. Muita gente de fora sem ingresso.

Pergunta do internauta felippe: Como foi ganhar uma medalha em seu país?

Carlos Ertel: Muito bom dar essa alegria para todo esse povo que chorou com a conquista. Só no orkut tive mais de 400 recados de felicitações.

clicRBS: O espanhol Jordi Ribera deixou o comando da seleção masculina. Isso dificultará a preparação da equipe para as Olimpíadas?

Carlos Ertel: Muito. Ele é o principal responsável por este título. Em Santo Domingo-2003, vencemos a Argentina por um gol na prorrogação. Este ano vencemos por diferença de 8 gols.

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Pergunta do internauta gilson: Gostaria de saber o ponto de vista de atleta sobre a possível Olimpíada no Brasil.

Carlos Ertel: Acho inviável Olimpíada no Brasil.

clicRBS: É possível se sustentar somente com o handebol?

Carlos Ertel: Sobreviver sim, mas não posso me dedicar somente ao esporte. Todos os jogadores trabalham ou estudam.

clicRBS: Muitos jogam no exterior?

Carlos Ertel: Quatro atualmente.

Pergunta do internauta edsonknoch: Como você vê o nível da seleção brasileira com as seleções da Europa?

clicRBS: A seleção feminina projeta lutar por medalhas em Pequim-2008. Você acredita nessa possibilidade?

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Carlos Ertel: O masculino está em 18 no mundo. A seleção feminina tem chances de brigas por um lugar no pódio.

Pergunta internauta edsonknoch: A Seleção Brasileira tem chance de jogar de igual com as Seleções da Europa no momento?

clicRBS: Porque essa disparidade? O nível internacional do feminino é menor ou a seleção feminina é que está mais bem preparada que a masculina?

Carlos Ertel: Não temos material humano para encarar os europeus, que têm jogadores de 2m14 jogando. A seleção feminina já tem um biótipo mais equiparado às européias, até mesmo porque no mundo não existem mulheres gigantes.

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