Ainda hoje a população de Joinville guarda um caráter fundamental da história da cidade. Ela está habituada a pensar-se criticamente. Mesmo que essa faculdade de reflexão crítica não seja profunda, é um dado importante da própria existência da cidade. É um componente positivo da cultura local e pode ser útil à compreensão, tanto do funcionamento quanto das possibilidades de modificação da organização ecológica e da própria organização social.

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Por essas razões, a sociedade local é suscetível de discutir os problemas coletivos e dar-lhes soluções adequadas. Ou seja, em certo grau, as inovações são socialmente desejadas. Joinville está inserida na economia nacional e internacional. Somente quando são levadas em conta essas condições é que se pode interferir com resultados positivos sobre a realidade.

As condições sociais e culturais exerceram um papel ativo no processo econômico da localidade. As próprias condições institucionais de formação e desenvolvimento da comunidade orientavam as atividades econômicas.

Ao lado das bases materiais, precisam ser levadas em conta também as condições sociais, culturais e políticas do progresso.

Só o intercâmbio democrático permite a tomada de consciência dos problemas reais e dos interesses coletivos a serem atingidos. Onde não há debate livre, as soluções encontradas e eventualmente postas em prática atenderão apenas aos interesses de grupos restritos, nem sempre os mais necessitados.

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As escolas e as associações, os sindicatos e os partidos são o ambiente em que os problemas da comunidade podem e devem ser debatidos. Essas são as instituições vivas, prontas para dinamizar ou engendrar ideias, diagnósticos e soluções.

A cultura urbana é o ambiente em que florescem as ideias e as correntes sociais, em torno da vida cultural e da política. Aí, à medida que o homem adquire o sentimento e a consciência de cidadão, criam-se as condições fundamentais do progresso.

Essa crônica tem a minha idade. É formada por excertos do PBU, um diagnóstico da cidade que a prefeitura de Joinville contratou em 1966, no governo Helmuth Fallgatter. Ela nos ensina que antes de tremular o moderno, convém sempre meditar o antigo.