Caso você esteja lendo essa crônica, há evidências suficientes de que o enunciado do título cima esteja errado. A data é creditada a profecias, embora não haja grandes evidências cabalísticas em torno dela. Ressalve-se que, fazendo a soma, de maneira reducionista, de todos os algarismos dentro dessa sequência numérica 16/02/2017, chegamos ao 10, que é zero, o recomeço. Algumas fontes dão conta de que a informação tem base científica – inclusive da Nasa. O fim se daria pela colisão de um asteroide com a Terra. Um fragmento de estrela com força e tamanho suficientes para romper o campo eletromagnético que protege essa “casquinha de nozes” sobre cuja crosta fazemos nossa viagem rumo ao escuro sem fim.

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Nesta semana, alguns veículos de imprensa noticiaram o assunto com aquela grave solenidade que torna críveis os temas mais absurdos. Encontrei na página do jornal “O Popular” o seguinte lide: “O cientista russo Dyomin Damir Zakharovich, da Nasa, afirma que a vida na Terra chega ao fim no dia 16 de fevereiro de 2017, já que o ?WF9?, corpo celeste de um quilômetro de diâmetro, monitorado pela agência americana, está em rota de colisão com o planeta”. Não quero conspirar, mas notaram a particularidade do nome desse bólido? Transformando o W e o F em suas respectivas casas numéricas, teremos 2369, combinação que soma 20, ou seja, duas vezes zero. Quem presenciou a Guerra Fria, nos anos 70 e 80 do século passado, sabe o que é viver sob a ameaça do fim iminente. Faz a gente relativizar muita coisa.

Pelo sim, pelo não, já estou tomando minhas providências. Cavei uma fossa funda, com dois compartimentos, em meu quintal, que bem podem servir de abrigo antifim do mundo. E reforcei o provimento de bananas. Afinal, as aracuãs, os jacus e os saguis, que vivem na mata aqui em casa, estão com filhotes ao mesmo tempo. E mesmo que o mundo acabe, há entre eles uma regra de só matarem a fome com bananas. Como há uma boa chance de que sobrevivamos a mais esse encontro marcado com o fim do mundo, façamos dele um experimento de renascimento, mesmo que simbólico, silencioso e solitário. Hoje é sempre um bom dia para recomeçar.

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