Essa é a última crônica do verão. O dia nasce submerso em incertezas e uma febre branda que intercala suores e calafrios, um indeciso calor úmido e meio frio. Há protestos no Brasil e no mundo, mas a época está propensa aos déspotas. Enquanto escrevo, ainda é 15 de março, uma data simbólica por muitos motivos, inclusive, na luta contra os tiranos. Em pleno “ido (15) de março” do ano 44 a.C., Júlio César foi esfaqueado até a morte por um grupo de senadores romanos. A data também marca a fim da ditadura militar no Brasil, com a posse de José Sarney, em 1985, em substituição ao presidente eleito, Tancredo Neves, que fora hospitalizado na véspera.

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Ainda nos domínios de março e de tiranias, nessa mesma data, em 1789, Joaquim Silvério dos Reis traiu a Inconfidência Mineira e delatou o movimento para o Visconde de Barbacena. Por fim, foi no dia 15 de março de 2011 que começou a guerra civil na Síria. O conflito não tem prazo para acabar, mas uma coisa já parece certa: dele sairão fortalecidos dois ditadores, o sanguinário local, Bashar al-Assad, e o déspota planetário Vladimir Putin.

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Mas nem tudo está perdido: em 15 de março comemora-se o Dia de São Longuinho, aquele que, devidamente invocado, ajuda a encontrar algo que se perdeu. Assim, com fé testemunhal de quem já alcançou muitas das suas graças, é que faço esse humilde apelo: São Longuinho, São Longuinho, ajuda-nos a encontrar a perdida esperança, para que possa agradecer-lhe dando três pulinhos e três vivas, São Longuinho! Aliás, o culto aos santos foi instituído pelo Concílio de Trento, que teve sua primeira sessão justamente no dia 15 de março de 1545.

Ainda bem que tudo isso se refere ao dia de ontem, ao qual, há fortes indícios, sobrevivemos. Escrevo visando a falar sobre o fim do verão. Na segunda-feira começa o outono e uma nova translação no calendário cósmico, é o Ano-novo de fato. A data marca também o início do grande ciclo planetário regido por Saturno. Na voz das simbologias e para além de seus anéis, o astro regente vem nos dizer que tudo pode ser apenas mais um alinhamento no céu ou uma janela que se abre para o infinito.

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