O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na tarde deste domingo (21) que desistiu de sua candidatura à reeleição. O democrata publicou a decisão nas redes sociais.

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“Embora tenha sido minha intenção procurar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como Presidente durante o resto do meu mandato”, diz o texto.

Joe Biden anuncia apoio à candidatura de Kamala Harris nas eleições dos EUA

Biden enfrentaria o republicano Donald Trump nas eleições presidenciais marcadas para 5 de novembro. Agora, o partido democrata deverá indicar um novo candidato. Um nome que desponta como favorito é o da vice-presidente, Kamala Harris, mas ainda não há definição.

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Pressões

Biden vinha sofrendo pressões para abandonar a candidatura à reeleição, em meio a críticas à sua aptidão e capacidade de cumprir mais um mandato de quatro anos, caso fosse reeleito. As primeiras críticas vieram após o primeiro debate contra Trump, quando o atual presidente se confundiu algumas vezes e se mostrou pouco reativo nas réplicas.

Em outras ocasiões, em entrevista a jornalistas, Biden trocou o nome da vice-presidente Kamala Harris pelo do rival Donald Trump. Também apresentou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, chamando-o de Putin, sobrenome do presidente da Rússia, adversária do país governado por Zelensky na guerra que dura mais de dois anos.

Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição.

No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente.

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Biden foi diagnosticado com covid-19 na quarta-feira (17) e teve de suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a ficar mais reflexivo sobre a candidatura.

Veja o comunicado de Biden na íntegra:

Meus companheiros americanos,

Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como Nação.

Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação, na redução dos custos dos medicamentos prescritos para os idosos e na expansão dos cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovou a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeada a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovou a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.

Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos, superámos uma pandemia que ocorre uma vez num século e a pior crise económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos a nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo.

Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção procurar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu me demita e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como Presidente durante o resto do meu mandato.

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Falarei à Nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão.

Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E deixe-me expressar o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositou em mim.

Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos isso juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.

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