Após uma hora de reunião com representantes dos familiares das vítimas do acidente da Gol, no qual morreram 154 pessoas, em setembro de 2006, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, prometeu hoje agilizar as investigações, prejudicadas há meses pelo caos aéreo e a crise de comando do setor. Prometeu também uma solução legal que viabilize as indenizações aos familiares das vítimas, vários deles passando por dificuldades, além de punição para os responsáveis pela tragédia, até agora impunes.
Continua depois da publicidade
Na reunião, da qual participou a nova presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Paiva Vieira, a presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do acidente, Angelita de Marchi, entregou um relatório de cinco páginas com reivindicações e críticas ao descaso do governo em esclarecer as causas do acidentes.
– Não foi um raio ou uma fatalidade que causou o acidente. Foi uma sucessão de falhas e os responsáveis precisam ser identificados e punidos, para que outras famílias não chorem a perda de seus entes queridos – disse Angelita.
Quanto às indenizações, a expectativa de Jobim e da associação é que em seis meses a maior parte dos casos esteja resolvida. Entre os familiares das vítimas, só 20 até agora fizeram acordo com a Gol, ao passo que 120 preferiram ajuizar ações indenizatórias nos Estados Unidos e as famílias restantes acionaram a Justiça brasileira. Todas elas aguardam o desfecho da investigação do Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para definir as responsabilidades e o grau de culpa de cada parte.
Jobim não deu prazo para a solução da longa espera de mais de 15 meses, mas suas providências deixaram Angelita otimista. Ele abriu canais para os familiares acompanharem as investigações e encaminharem suas queixas e designou auxiliares para cada ponto da pauta de reivindicações. A pedido da entidade, o ministro prometeu ainda implantar, entre as medidas, em estudo para solução da crise aérea, um sistema que disponibilize a relação de pessoas embarcadas uma hora após a decolagem de vôos.
Continua depois da publicidade