No primeiro pronunciamento da nova equipe econômica, na tarde desta quinta-feira, o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou que a meta de superávit primário, a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, será de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 para todo o setor público consolidado.

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Segundo Levy, o alcance da meta significará a recuperação da confiança na economia brasileira. Em 2016 e 2017, o esforço fiscal será de pelo menos 2% do PIB, informou – o percentual fica ainda abaixo das metas definidas originalmente, mas é considerado confiável pelo mercado.

Durante a coletiva, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, salientou que a instituição tem trabalhado para manter inflação sob controle e para que retorne à trajetória de convergência para o centro da meta de 4,5%.

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Para atingir as metas propostas, o futuro ministro da Fazenda afirmou que serão reduzidas as despesas, mas evitou especificar quais medidas serão adotadas. Levy frisou que as ações virão “de forma gradual, sem pacotes, sem nenhuma surpresa”. Segundo ele, o foco da equipe de transição, neste momento, é avaliar uma forma de “reequilibrar” a economia:

– Não temos pressa para apresentar pacote.

Diante da insistência dos jornalistas pra saber o nome do secretário do Tesouro, o novo ministro da Fazenda brincou:

– Vamos manter os processos e os ritos. Será uma experiência boa e positiva essa transição. Temos um desafio, que é o reequilíbrio macroeconômico, mas não se está aqui em nenhuma agonia. Vamos estar tranquilos, porque é a maneira boa de lidar com desafios.

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De acordo com Levy, o reequilíbrio da economia vai permitir a continuidade dos avanços sociais.

– Nosso objetivo é exatamente esse. Escolhas serão feitas de tal maneira que os agentes possam decidir com tranquilidade. É preciso continuar o avanço social, as pessoas têm de continuar se educando e tendo melhor padrão de vida – afirmou o indicado para a Fazenda.

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– O processo de inclusão social depende da estabilidade econômica, fiscal e monetária. Parte do processo de inclusão social depende da recuperação do governo de produzir resultado primário em base mais elevada – complementou Nelson Barbosa, futuro ministro do Planejamento.

Questionado sobre o grau de independência que a nova equipe econômica terá no governo, Levy declarou que terá autonomia para implementar as medidas necessárias.

– A autonomia está dada. O objetivo é claro. Os meios a gente conhece. Acho que há o suficiente grau de entendimento dentro da própria equipe e maturidade. Então, acho que essa questão vai se responder de uma maneira muito tranquila. Dizer uma coisa ou outra não tem muito sentido agora. A gente vai ver no dia a dia como as coisas ocorrem. Quando uma economia é escolhida, há confiança – afirmou.

* Zero Hora