O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) almoçou nesta segunda-feira com apoiadores do PT que estão acampados em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) desde novembro do ano passado, quando foram decretadas as primeiras prisões da Ação Penal 470, o processo do mensalão.

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Desde o mês passado, Cunha aguarda a expedição do mandado de prisão por ter sido condenado no processo. Com a volta dos trabalhos do Supremo, ele pode ser preso ainda hoje para cumprir pena inicial de seis anos e quatro meses no regime semiaberto.

Cunha afirmou que o julgamento no STF foi uma farsa, mas planeja pedir para deixar o presídio durante o dia para trabalhar. Sobre a expectativa da emissão do mandado de prisão, o deputado afirmou que ninguém pode dizer que está preparado para ser preso, mas destacou que tem a consciência tranquila.

– Essa agonia não vai parar enquanto não se estabelecer a verdade. Então, não é somente através dessas manifestações, mas também da revisão, da busca em organismos internacionais e da própria história que se vai mostrar que isso aqui é uma farsa – afirmou.

Cunha comeu arroz, feijão e cozido de carne com mandioca e batatas. Durante o almoço, o deputado recebeu a solidariedade de 20 pessoas que fazem vigília no acampamento. O deputado também tirou fotos com militantes. Ele preferiu não se manifestar sobre a possibilidade de renunciar ao mandato após ser decretada a prisão. Cunha pretende lançar nesta terça-feira, no mesmo local, uma revista para rebater as acusações que terminaram com a condenação dele no processo do mensalão.

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Os apoiadores do PT estão acampados em uma barraca montada no estacionamento do STF para prestar solidariedade aos integrantes do partido que estão presos e para cobrar o julgamento da Ação Penal 536, o processo do mensalão mineiro, na qual o deputado Eduardo Azeredo (PMDB-MG) é réu. Um grupo de 40 pessoas faz revezamento para manter o esquema de vigília. Os manifestantes pretendem sair somente após o julgamento dos embargos infringentes, novos recursos da Ação Penal 470.