Atendendo a uma solicitação do governo federal, uma equipe da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) esteve ontem em Itajaí para avaliar as estratégias do município no que se refere a prevenção de enchentes. Essa análise pode resultar em um projeto de cooperação técnica para a cidade. Mas ainda é cedo para dizer que Itajaí será a contemplada com o plano, uma vez que o grupo escolherá um município do Vale do Itajaí para a execução e Blumenau e Ilhota são fortes concorrentes.
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A reunião de ontem foi o primeiro contato da Jica com a cidade desde as enchentes com a finalidade de auxiliar em capacitação técnica. No ano passado, o grupo apresentou um projeto de infraestrutura para a região. Entre as propostas, estava a construção das barragens no Rio Itajaí-Açu em Ituporanga e Taió. Os projetos de engenharia das obras já foram contratados com verba do governo estadual e o Estado deve receber verba federal para a execução.
Assim, o novo projeto faz parte do pacote de cooperação da Jica com a região. O foco é capacitar a cidade escolhida para gerenciamento de riscos e desastres. Para isso, devem ser promovidos intercâmbios entre os profissionais brasileiros e japoneses. Uma cidade de Pernambuco e outra do Rio de Janeiro também serão escolhidas para a execução de propostas. Os especialistas aproveitaram o encontro para tirar dúvidas sobre como a defesa civil municipal procede no caso de catástrofes. A partir disso, os itens apontados serão avaliados para saber no que a Jica pode auxiliar. O relatório dessa análise só deve ficar pronto no ano que vem.
Um dos pontos que foi levantado durante o encontro pelo chefe da defesa civil itajaiense, Everlei Pereira, é o monitoramento dos rios. Segundo ele, o município tem uma equipe fazendo o monitoramento das encostas, mas ainda não dispõe de um programa específico, tampouco condições para viabilizar.
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A Jica é uma organização autônoma, mantida com recursos do governo japonês. Ela tem 120 escritórios em vários países e atua auxiliando as nações que sofrem com catástrofes naturais. Em alguns países, a cooperação além de elaboração de projetos é também financeira. No caso do Brasil, porém, nunca houve auxílio monetário e o plano de cooperação técnica elaborado a partir das visitas recentes também não contemplará recursos.