Discreto, mas sempre sorridente. Menos midiático que os compatriotas do Paris Saint-Germain, o zagueiro brasileiro Jemerson, de 25 anos, vem se valorizando a cada partida do Monaco e, ao lado do polonês Kamil Glik, forma uma das melhores duplas de zaga do futebol francês.

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O Monaco viaja a Istambul para enfrentar o Besiktas na quarta-feira, uma partida crucial para as chances da equipe francesa de buscar uma classificação às oitavas de final da Liga dos Campeões. Jemerson estará em campo.

O brasileiro desembarcou no Monaco em janeiro de 2016, estreando numa partida contra o Sochaux que se tornou “um pesadelo”, pela Copa da França (derrota por 2-1 e eliminação). Agora, Jemerson vive um momento totalmente diferente.

Para explicar a diferença entre o Monaco que segue na cola do PSG no Campeonato Francês e o que vem sofrendo no cenário europeu, Jemerson acusa as mudanças no elenco.

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“Demora um tempo para se adaptar aos outros jogadores. a Ligue 1 e a Champions são completamente diferentes. Há mais qualidade na Champions, que tem diferentes estilos de futebol”, explicou.

O Monaco, semifinalista da Champions na última temporada, soma um ponto em três partidas na atual edição. “Espero que façamos uma boa apresentação em Istambul, para somar pontos e depois nos classificarmos”, continuou.

“Precisamos defender de maneira coletiva. Isso começa com os atacantes. É preciso defender muito alto para que chegue o mínimo de perigo na defesa e no gol. Trabalhamos neste aspecto a cada dia. Pouco a pouco progredimos”, completou.

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Jemerson, que ainda não fala francês mas já entende um pouco da língua, precisou de seis meses para se sentir adaptado dentro de campo: “Eu fiz isso na pré-temporada (julho de 2016). Eu pensei: ‘Esta temporada é minha’ e tive que me concentrar no que sabia fazer. Tive que deixar de lado um pouco do Brasil, da família, dos amigos e da comida”.

Nesta mesma temporada, Jemerson se tornou uma das peças-chave do Monaco, conquistando com o clube monegasco o título francês diante do poderoso PSG.

– Convocações para a seleção –

As boas atuações vêm lhe valendo constantes convocações para a seleção do “professor Tite”.

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“É uma hora fazer parte desta lista. Meu objetivo é estar na Copa do Mundo. Para isso tenho que trabalhar, render no meu clube e evoluir”, alertou.

“Eu atravesso um bom período. evoluí bastante e não posso parar”, completou o zagueiro.

Mas Jemerson sabe que tem aspectos de seu jogo que precisam melhorar: “Devo dar mais a nível coletivo, ajudar a equipe a ganhar, a conseguir bons resultados e, quem sabe, conquistar o campeonato (francês) novamente”.

O brasileiro de 25 anos não descarta sair do Monaco no futuro, consciente da filosofia do clube.

“Conhecia o projeto antes de assinar: formar grandes jogadores para vendê-los. Mas eu tento dar meu melhor. Com trabalho as coisas chegam”, afirmou.

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Além das quatro linhas, Jemerson também falou de como a percepção do futebol francês mudou no Brasil com a chegada de Neymar.

“Desde que ele chegou, todas as televisões brasileiras mostram a Ligue 1. Há cada vez mais brasileiros, embora o estilo seja muito diferente faz falta um tempo de adaptação”.

* AFP