Dilma Rousseff já havia recebido a mais baixa votação em Joinville nas cinco eleições presidenciais decididas no segundo turno, com apenas 34% dos votos válidos. A derrota petista na cidade era a regra em disputa presidencial. Só em 2002 o partido foi vitorioso, com o Lula da “mudança” e apoio de um Luiz Henrique na luta para virar governador.

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Só que o desempenho em 2014, ainda abaixo do registrado no restante de Santa Catarina, mostrou uma oposição ao governo federal enraizada – e não necessariamente uma adesão ao PSDB. O contingente contrário ao PT foi reforçado pela crise econômica, que cortou mais de 10 mil empregos só em 2015.

No ano da eleição presidencial anterior, em 2010, Joinville abriu quase 12 mil empregos e Dilma teve performance melhor, com 43% dos votos no segundo turno. As denúncias de corrupção foram o empurrão final, com o agravamento das crises política e econômica corroendo quase tudo o que restava de apoio a presidente.

Até as reticentes entidades empresariais, como a Acij, passaram a defender a troca de governo. Não são razões diferentes daquelas que levaram ao apoio ao impeachment no resto do País, mas em Joinville a insatisfação de boa parte da população já vinha de antes.

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Cara de paisagem do PMDB

Assim como Eduardo Cunha na sessão deste domingo, ao ser criticado pelos deputados governistas, o PMDB vem fazendo cara de paisagem à presença dele na presidência da Câmara dos Deputados. Não parece acreditar no desgaste que virá em possível governo Temer se mantiver tal postura.

Os deputados

Marco Tebaldi garante que a oposição já conta com 44 dos 41 votos necessários para aprovar o impeachment da presidente Dilma. “São votos seguros”, diz o deputado, que previa 374 votos pelo “sim” na Câmara. Mauro Mariani achava que a vitória do “sim” viria com maior vantagem, com 390 votos. Agora, a atenção é voltada ao Senado, onde ele diz não ter dúvida da aprovação do impeachment.

Se vier Temer…

Depois da saída de Ideli Salvatti da Secretaria de Relações Institucionais, em março de 2014, o governo Udo perdeu interlocutor direto em Brasília. Luiz Henrique intermediou encontros, mas não fazia parte do governo. Mauro Mariani também arrumou agendas – numa delas, levou Udo ao presidente em exercício Michel Temer, em junho do ano passado. Em caso de governo Temer, algo que a votação de ontem deixou mais perto, Mariani pode vir a ser esse interlocutor.

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Troca

No domingo, trabalhadores providenciaram a troca da rede elétrica no Centro de Joinville, em trabalho iniciado em março. O serviço faz parte do novo trecho da fiação subterrânea, a ser inaugurado em maio.

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Contra a dengue

Independentemente do destino que será dado ao prédio antigo do Germano Timm (a Udesc desistiu de instalar o curso de dança e a ADR procura alternativas), cidadão insiste para que o imóvel passe por vistoria para remoção da água parada.

Horário

A sessão do TRE para análise do recurso do vereador Maycon Cesar começa às 17 horas, exatamente no momento da abertura da sessão da Câmara de Vereadores de Joinville.

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Em queda

No boom econômico mundial, as empresas de Joinville mantiveram uma média de exportação acima de US$ 300 milhões durante quatro anos nos primeiros meses do ano. O pico foi em 2012, com US$ 360 milhões em venda para outros países. Agora em 2016, em mais uma queda iniciada há três anos, as exportações de Joinville ficaram em US$ 243 milhões até março.

Superlotação

Depois de quase três anos, o Hospital São José voltou a passar da marca de 140% de ocupação dos leitos. A superlotação no maior hospital de Joinville foi registrada no mês passado, com 141% de ocupação. O índice não tem a ver somente com maior movimento: é que seis dos 262 leitos não estão ativos.

Menos andares

Em pedido feito pela Associação dos Moradores do Anita Garibaldi, Adilson Mariano está propondo mudanças no projeto da LOT. Pelo projeto em tramitação na Câmara de Joinville, boa parte do bairro poderia receber prédios de até 67 metros (limite de 45 metros mais 50% pela outorga onerosa – pagamento pelos andares extras).

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Entorno do Centro

A proposta reduz o limite para 52,5 metros, incluindo a outorga, o que deixaria o gabarito em 18 andares. A emenda do vereador mexe em setor que contempla áreas do Anita e também de outros bairros, como Bucarein, Atiradores e América. Mariano também tem projeto para mexer nos recuos dos topos dos prédios.

Corte das diárias

A redução dos valores e limitação das diárias da Câmara de Joinville estão valendo. A diária caiu 30% e agora paga R$ 725 para viagens fora do Estado e R$ 544 para deslocamentos dentro de Santa Catarina. As viagens para representar comissões continuam fora da cota de gabinete, mas estão limitadas a três, com no máximo três diárias por vez.

Despesa menor

Antes mesmo da mudança na lei entrar em vigor, já no momento em que começou o debate, a Câmara passou a gastar menos com as viagens, conforme já observado pela coluna. Em atualização, a despesa ficou em R$ 60 mil nos últimos 50 dias. No mesmo intervalo em 2015, o gasto foi de R$ 130 mil. A Câmara consumiu R$ 2,1 milhões desde o início da legislatura, em 2013.

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Voto

Com citação de Joinville e lembrança do neto nascido há dez dias, Marco Tebaldi confirmou o voto a favor da impeachment da presidente em Dilma, em posição que ele tinha desde o início do ano passado, em momento que o PSDB achava melhor novas eleições – até pela confiança nas chances de Aécio Neves naquele momento.

Silêncio do PMDB

Mauro Mariani se colocou a favor do impeachment, inclusive liderando a saída do PMDB/SC do governo Dilma. Mas a maioria dos demais peemedebistas de Joinville resolveu se manter, digamos, mais cautelosa, sem manifestações nas redes sociais sobre o futuro de Dilma, se devia sair ou não.

Foco é 2018

Eventual governo Temer não vai mudar o foco em 2018, segundo Mauro Mariani tem assegurado a interlocutores. O peemedebista continua no comando do partido no Estado com objetivo de ser o candidato ao governo do Estado, sem ocupar cargos caso Temer vire presidente.

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Sem usina

Não foram adiante as propostas de reaproveitamento do lixo em Joinville. Em 2011, a Prefeitura anunciou a intenção de instalar uma usina de tratamento térmico do lixo. Na prática, serve para produção de energia por meio de sobras orgânicas. Foi resultado de uma viagem do então prefeito Carlito Merss à França. Naquele mesmo ano, a Acij defendia a instalação de uma usina regional, sugerindo instalação em Guaramirim.

Tanto lixo

A proposta partiu de Udo Döhler e usaria o lixo de toda a região para produzir energia. Ainda em 2011, empresas europeias estariam interessadas em aproveitamento de resíduos. Ainda há estudos por aí, mas nada previsto para sair do papel. Joinville produz em média 12,6 mil toneladas de lixo por mês. Perto de 9% são reutilizados pela reciclagem. O restante, em boa parte formado por detritos orgânicos, vai para o aterro sanitário.