Depois de passar por exames no Instituto Nacional do Câncer (Inca), o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), delator do esquema do mensalão, afirmou, em nota, que agiu “pelo bem do Brasil”. O parlamentar cassado pediu desculpas à imprensa por ter mantido silêncio, nesta quarta-feira, ao realizar perícia médica solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Jefferson afirma ter seguido recomendação do advogado.

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O resultado do exame será usado pelo ministro Joaquim Barbosa para decidir sobre o pedido de prisão domiciliar feito por Jefferson, condenado a sete anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do mensalão.

No ano passado, ele foi operado para retirada de um tumor no pâncreas. De acordo com a solicitação feita por Barbosa, o ex-deputado deveria levar ao Inca exames realizados antes e depois da cirurgia. Quando ele chegou à entrada do hospital, um homem que passava pelo local declarou: “Olha o Lalau chegando!”

O cirurgião Rafael Albagli, especialista em cirurgia abdômino-pélvica, e os oncologistas Carlos José Andrade e Cristiano Guedes Duque serão responsáveis por elaborar um laudo indicando se Jefferson tem condições de cumprir pena no presídio ou se deverá ser encaminhado à prisão domiciliar ou hospitalar.

O ex-deputado chegou acompanhado da mulher, Ana Lúcia. O advogado de Jefferson, Marcos Pedreira Pinheiro de Lemos, havia chegado pouco antes, e levava a intimação de Barbosa na mão. Ele também não quis dar entrevista. Pouco depois, chegou à unidade do Inca a filha do ex-deputado e secretária de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida no município do Rio, Cristiane Brasil.

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Leia a nota publicada por Jefferson em seu blog:

“Acompanhado do meu advogado, Marcos Pinheiro de Lemos, fui hoje ao Hospital do Câncer; levei meus exames e os históricos de minhas cirurgias. Educados, os médicos nomeados pelo Supremo foram sobretudo técnicos. Aproveito para pedir desculpas à Imprensa por não atendê-la neste momento, uma vez que, a pedido do meu advogado, devo permanecer em silêncio, em respeito à Justiça. Compreendo a dificuldade de vocês, mas, agora, é o melhor que posso fazer por mim. O que tinha que fazer pelo bem do Brasil, eu já fiz. Volto a falar com vocês assim que puder.”