A noite desta sexta-feira, em Barueri (SP), reserva fortes emoções ao torcedor do Joinville, mas só há uma maneira de ela terminar com um final feliz: a vitória é o resultado mais desejado pelos tricolores nos últimos cinco anos. Nem mesmo quando a equipe esteve perto de subir para a Série A os três pontos foram tão cobiçados.

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Faz sentido. Empate ou derrota para o Oeste, a partir das 19h15, na Arena Barueri, mudarão a atual realidade do JEC e, talvez, dos próximos anos.

Quando passou a disputar a Série C, em 2005, o Joinville viu como é difícil figurar entre os 40 melhores clubes do País. Foram sete anos de agonia, derrotas vexatórias, algumas delas inacreditáveis. Neste período, o clube chegou a ficar sem série e, para piorar, teve de começar a jornada no futebol nacional pela Série D, criada em 2008.

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Voltar para a Série B imediatamente no ano seguinte ao rebaixamento é tarefa para poucos. Desde 2006, quando a Série B passou a ser disputada em pontos corridos, apenas nove dos 40 clubes rebaixados neste período conseguiram retornar imediatamente no ano seguinte – Vila Nova (duas vezes), ABC (duas vezes), Ipatinga, América-RN, Icasa, Paysandu e Boa.

Por isso, só de pensar em disputar a Série C após cinco anos, o torcedor tricolor tem calafrios, especialmente em razão da incerteza que acompanhará o futuro do clube. Neste ano, o rebaixamento da Série A trouxe graves impactos na estrutura tricolor. Os sócios, antes responsáveis pela maior receita do clube, agora representam uma pequena parte do orçamento. Tudo em razão da redução de 11 mil para 3,5 mil ativos.

Os patrocinadores também sumiram. Desde 2008, o Joinville não passou uma temporada inteira sem um patrocinador master. Caiu também a arrecadação na venda de ingressos, de produtos e, principalmente, na credibilidade. O reflexo desta perda está no atraso de salários de jogadores e de funcionários.

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Em meio a tudo isso, houve a mudança de gestão – saiu Nereu Martinelli e entrou Jony Stassun na presidência. Se a queda da elite provocou esta avalanche de problemas, o cenário parece ainda mais sombrio na Terceira Divisão do futebol brasileiro.

No entanto, apesar do ano desastroso nos bastidores, ainda é possível se salvar dentro de campo. Por isso, os três pontos são tão fundamentais. O primeiro passo para evitar o desastre é buscar a vitória diante do Oeste hoje. Depois disso, haverá uma semana até a outra decisão. Mas se conseguir chegar até ela, o Tricolor mostrará que ainda é possível acreditar no final feliz (ou menos triste).

Veja a tabela da Série B

Ramon faz mistério para ganhar

Na semana decisiva para o Joinville, o técnico Ramon Menezes preferiu o mistério. Poucas informações da equipe chegaram aos jornalistas que acompanham o dia a dia do clube. Na quarta-feira e ontem, o CT do Morro do Meio esteve fechado. O comportamento não mudou fora de campo.

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Na entrevista coletiva da manhã desta quinta-feira, o treinador tricolor economizou respostas para evitar qualquer tipo de pista para o técnico rival, Fernando Diniz. Nem mesmo a lista de relacionados, divulgada após a atividade, deu um sinal claro de qual é a ideia de time de Ramon.

Por enquanto, as únicas certezas são a ausência de Carlos Alberto, que esteve bem contra o Bragantino, e a confirmação de Fernandinho na lateral. Carlos Alberto está fora por opção de Ramon. Já o lateral chegou a ser dúvida por problemas físicos, mas participou dos dois últimos treinos e acompanhou a delegação a Barueri. Sem falar da equipe, o comandante tricolor ressaltou apenas a necessidade dos três pontos.

Segundo Ramon, todo o grupo está consciente do tamanho da missão que terão na noite de hoje.

– A equipe que for para dentro de campo vai representar muito bem o Joinville. Dependemos desse jogo para termos continuidade no campeonato. A próxima semana é outra história. Antes, temos esse jogo. Sabemos de todas as dificuldades, mas só a vitória nos interessa.

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O treinador do JEC garantiu também que não está preocupado com a possível pressão sobre os jogadores.

– Estou há dez rodadas aqui e há dez rodadas tem sido assim. Os próprios jogadores estão acostumados com isso. É um jogo muito importante, precisamos ganhar e todos têm a consciência disso – concluiu.

JOINVILLE

Jhonatan; Everton Silva, Danrlei, Ligger e Diego (Fernandinho); Naldo, Tinga, Erick Luis e Juninho; Fernando Viana e Jael. Técnico: Ramon Menezes

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