A diretoria do JEC estuda terceirizar o futebol profissional para algum investidor que tenha interesse em assumir o desafio. A possibilidade foi apresentada pelo presidente Vilfred Schapitz durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira. Segundo ele, a sugestão será levada para análise do conselho deliberativo do clube, que decidirá se aceita ou não a proposta. Enquanto isso, o clube apostará nas categorias de base.
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Diante das decepções vividas dentro de campo ao longo dos últimos anos com os seguidos rebaixamentos no Campeonato Brasileiro, além da campanha fraca no Catarinense e a eliminação na primeira fase da Copa do Brasil e da Série D, Schapitz sugere que o Joinville tem apenas duas opções de caminho para o futuro: apostar apenas na base ou abrir o futebol profissional para investidores.
— Infelizmente, o carro-chefe do Joinville que é o futebol não está saindo do lugar. Está patinando e nós não conseguimos tirar o clube desse atoleiro no último ano — desabafou o presidente.
Schapitz afirmou que está decepcionado com o desempenho do clube e ressaltou que a saída mais próxima da realidade neste momento é a categoria de base. Hoje, são 22 atletas profissionalizados que serão os responsáveis por vestir a camisa tricolor durante a disputa da Copa Santa Catarina deste ano. O técnico Danilo Portugal será mantido no comando.
— Esses atletas profissionalizados da base correspondem a R$ 60 mil de salários. Está na hora desses profissionais serem cobrados, exercerem seu trabalho e também assumirem a responsabilidade — defendeu Schapitz.
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Do elenco atual, 16 jogadores tem contrato até agosto e deixarão o Joinville. Outros seis têm contrato até abril do próximo ano. Entre eles, dois estão com acordos fechados para sair do clube, um terceiro está no Departamento Médico e os três restantes serão negociados. No entanto, os nomes não foram divulgados.
A estrutura do futebol tricolor será nestes moldes até o fim do ano. Paralelamente, o presidente está finalizando a proposta de terceirização do futebol profissional junto ao setor jurídico para apresentar ao conselho deliberativo do clube. Na prática, a gestão passaria a ser como hoje acontece com o time de futsal.
O JEC poderia fazer um contrato com o investidor explicitando um prazo de gestão, prevendo uma participação mínima de jogadores da base no profissional ou uma porcentagem nas negociações de atletas. Os detalhes ainda seriam definidos pelo Joinville.
Caso não apareça nenhum interessado até o final do ano, o JEC seguirá apostando na base para a próxima temporada. Caso seja necessário, fará contratações pontuais para reforçar a equipe na disputa do Campeonato Catarinense.
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Investimento na base e controle das dívidas
O presidente explicou que para um investidor externo fazer a gestão, seria necessário passar essa modalidade para um novo CNPJ, possibilitando tornar o produto mais atrativo aos olhos de investidores. Seria mantido um CNPJ com as ações trabalhistas, dívidas com fornecedores e empréstimos, por exemplo. O segundo CNPJ permaneceria com o time de futsal, sem alterações.
Já a base seria transferida para um novo CPNJ, saindo de onde hoje está situada junto às dívidas e o profissional. Com isso, Vilfred começou a procurar empresas que possam ajudar a manter as categorias de base com um repasse de R$ 5 mil mensais. O objetivo é conseguir 30 parceiros que possam fazer as doações.
Por fim, o futebol profissional passaria para um quarto CNPJ, onde poderia ser gerido sem que o investidor precisasse assumir também as dívidas do clube. Estas seriam pagas ao longo dos anos com os valores arrecadas por meio do Timemania, sócios, conselheiros e placas de publicidade no estádio.
Segundo o presidente, esses recursos já seria o suficiente para cobrir os custos da manutenção do clube e as dívidas. O diferencial seria que o clube não teria mais de gastar com o futebol profissional e não correndo o risco de aumentar ainda mais as dívidas.
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