O clima estava tenso na tarde de domingo, 20 de abril de 1980, no Ernestão. Joinville e Santos não eram rivais históricos, mas aquela partida pegou fogo, tanto dentro quanto fora das quatro linhas.
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Mais de 700 torcedores santistas vieram a Joinville e aterrorizaram a cidade. Antes da partida, vandalizaram casas, lanchonetes e restaurantes pela cidade. Dentro do estádio, arrumaram confusão com os jequeanos e com a polícia.
– De todas as torcidas que vieram aqui até hoje, esta foi a que mais arrumou confusão. Quebraram a cidade inteira – lembra o comentarista José Mira, que na época trabalha na partida pela RBS TV.
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Com a bola rolando, Mira recorda que o Joinville foi muito superior ao Santos. Os nervos estavam à flor da pele e três jogadores acabaram recebendo o cartão vermelho. Toninho Vieira e Paulinho pelo Santos, e Lico pelo JEC.
– Foi um dos melhores jogos que o Joinville já fez no Campeonato Brasileiro. O primeiro gol foi do Zé Carlos Paulista, no primeiro tempo. O segundo foi aquele golaço. O Jorge Luís Carneiro chutou de muito longe, aos 44 do segundo tempo. Ele bateu a falta e o Marola aceitou. Foi um chute forte, rasteiro e a bola passou pelo meio das pernas do goleiro – narra.
A vitória deixou o Joinville em boas condições de lutar por uma das duas vagas do grupo I do Campeonato Brasileiro para a fase final da competição. Infelizmente, aquele grande Joinville de Carneiro, Lico e Zé Carlos Paulista não conseguiu repetir a boa atuação que teve diante do Santos e acabou eliminado.
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– Ainda teve o jogo da volta em Santos. O episódio em Joinville repercutiu muito mal lá e queriam pegar o Joinville na marra. Foi uma guerra – lamenta José Mira.
Na Vila Belmiro, o JEC perdeu pelos mesmos 2 a 0.