O Joinville avança com as discussões analisando as possibilidades para se tornar uma SAF (Sociedade Anônima de Futebol). Atualmente, o clube – assim como a ampla maioria de times de futebol no Brasil – é classificado como associação sem fins lucrativos. Basicamente, a lei da SAF permite e facilita a migração deste modelo para um modelo popularmente conhecido como cube-empresa, o que abre a possibilidade de atrair grandes investidores e gestores próprios para o departamento de futebol. Em entrevista à CBN Joinville nesta segunda-feira (06), o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Darthanhan Oliveira, disse que é uma temática que requer muita paciência em toda a sua análise.
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— Esse é um assunto que tem que ser tratado com muita cautela — destacou.
Uma comissão formada por conselheiros do JEC vem se reunindo todas as semanas para entender melhor todos os aspectos da lei e verificar em quais realidades ela pode ser favorável ao Joinville. Os presidentes dos três podemos do clube (Diretoria Executiva, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal) acompanham os encontros, mas não possuem direito a voto. Darthanhan destacou que os encontros já realizados foram bastante proveitosos e estão rendendo boas discussões.
— Nessas reuniões temos conversado com gente muito capacitada […]. Excelentes reuniões e estamos sentindo que a cada encontro a mente vai abrindo e a gente vai chegando as conclusões que a gente precisa — comentou.
A previsão da comissão, que é coordenada pelo mestre e doutor em gestão do esporte, Geraldo Campestrini, é realizar oito encontros para conhecer todos os detalhes da lei federal que trata da SAF e, diante disso, analisar os cenários para enquadrar ou não o Joinville neste novo formato. Além dos conselheiros fixos, os encontros estão recebendo – a cada semana – participações de empresas especializadas na gestão esportiva e especialistas de mercado. Uma dessas empresas foi a responsável pro acompanhar e analisar o processo da migração de gestão do Bragantino, que atualmente é administrado pela Red Bull. O presidente do Conselho Deliberativo do JEC destacou que a participação da empresa foi importante para mostrar quais aspectos devem ser levados em conta e servem de alerta antes de tomar a decisão de virar SAF.
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— Não podemos simplesmente replicar o modelo e achar que esse modelo é o certo para o Joinville. Cada clube tem suas particularidades — apontou.
Darthanhan disse ainda que nenhuma loucura será feita para tornar o JEC uma Sociedade Anônima de Futebol. Segundo ele, essa mudança só vai ser indicada pela comissão caso todos os aspectos da lei estejam bem embasados e tudo esteja devidamente esclarecido, para que nenhuma surpresa futura ocorra. Além disso, apontou que o processo só será iniciado se realmente ficar comprovado, após os estudos, que é uma solução sustentável para o clube.
— Se tornar uma SAF só faz sentido pro JEC se a partir dali a gente melhora a governança de dentro da instituição. E na sequência atraia investidores e na sequência consiga sanar sua própria dívida — disse.
O presidente do Conselho Deliberativo ainda falou sobre a integração do Conselho com os outros poderes do clube e destacou que o trabalho de todos os envolvidos, nos bastidores, também é responsável por repercutir com bons resultados dentro das quatro linhas.
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— Por muito tempo o JEC, infelizmente, não teve todos os poderes trabalhando na sua plenitude, e o fato que é que agora os poderes tem se alinhado — comentou.
Abaixo você pode ouvir – na íntegra – a conversa com o presidente do Conselho Deliberativo do JEC, Darthanhan Oliveira. O bate papo foi dentro do CBN Mais, com Jota Deschamps e Rodrigo Zimmermann. O programa vai ao ar de segunda a sexta, das 11h ao meio-dia.