A implantação de um jardim botânico em qualquer cidade já é motivo de orgulho pelo fato de oferecer aos habitantes um contato maior com a natureza. Porém um jardim botânico tem muitos outros atributos a serem ressaltados. Oferta de um espaço ambiental com estrutura, diversificação da flora nativa, constituição de um banco de dados à comunidade acadêmica científica, educação ambiental, preservação e conservação de espécies, entre outras funções que o Jardim Botânico de São José começa a realizar.
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O primeiro jardim botânico da Grande Florianópolis é uma iniciativa da J.A. Urbanismo, município de São José e consultoria da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas (MG), através do Arq. João Toledo, presidente. Existe uma equipe que está há cerca de dois anos realizando diversos trabalhos dentre os quais se destacam a transposição e resgate de espécies nativas, recuperação de áreas anteriormente degradadas e busca e catalogação de novas espécies.
Esse ano no Encontro Nacional da Rede Brasileira de Jardins Botânicos, que aconteceu em novembro em Joinville, o Jardim foi apresentado aos pesquisadores e outros participantes que estiveram presentes no Encontro, vindos de todo o Brasil. Entre os pontos ressaltados no evento, está a velocidade na sua concretização e a diversidade de espécies do seu acervo. Transformamos uma área degradada, em uma área com maior diversidade de espécies.
O projeto nasceu fazendo parte da Rede Brasileira de Jardins Botânicos e, com o suporte técnico da entidade, buscamos desde o início enquadrar o Jardim dentro das normas técnicas necessárias à sua criação. O jardim está integrado ao loteamento Residencial Jardim Botânico, no bairro Potecas, e boa parte do acervo está sendo plantado como arborização das vias públicas do empreendimento. São cerca de 1.800 exemplares de várias espécies, com ênfase nas consideradas ameaçadas de extinção.
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E o empreendimento de São José ainda vai ajudar o Brasil a cumprir uma meta confirmada na Rio + 20 (Estratégia Global para a Conservação das Plantas – GSPC): até 2020 o País precisa ter, em conservação em jardins botânicos, pelo menos 70% das espécies da flora que integram a lista nacional de espécies ameaçadas da flora. São 474, e no momento contamos com 105 conservadas nos jardins botânicos, sendo oito destas conservadas preliminarmente no Jardim Botânico de São José. Apesar de haver a construção de uma estufa para aclimatação de plantas menores e delicadas, serão seguidas as novas diretivas que valorizam a preservação das espécies locais e, por isso, elas podem ser plantadas ao ar livre.
O Jardim Botânico de São José, abrigará ainda o acervo de cerca de 4.000 bromélias, de diferentes espécies, doadas pela família do agricultor Max Hablitzel, morador do bairro “Fazenda do Max”, que mantinha uma coleção cultivada ao longo de mais de 80 anos. Profissionais da Fundação Municipal de Meio Ambiente de São José já realizam pesquisas e catalogações na área.
Para os moradores do loteamento será uma inovação residir “dentro” de um Jardim Botânico. Eles terão o privilégio de viver com um entorno de vegetação preservada dentro dos padrões científicos, com espécies de plantas que atraem pássaros, tornando o local extremamente agradável para se viver.
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Texto enviado por João Neves Toledo para o Caderno Continente