O sonho de infância do jaraguaense Filipe Luís está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Em alta com o técnico Tite, na semana passada ele foi convocado pela 50ª vez para a Seleção Brasileira. Nesta terça, às 17h30 (horário de Brasília), em Barranquilla, na Colômbia, será titular da lateral esquerda na partida contra os donos da casa, em duelo válido pela 16ª rodada das Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo.

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A grande confiança dada pela comissão técnica ao catarinense dá sinais de que ele finalmente jogará um Mundial. Em 2010 e 2014, Filipe bateu na trave. Na gestão Dunga, viu as chances de ir para a África do Sul esbarrarem numa lesão seríssima que sofreu em 2009, quando quebrou a perna. Em 2013, até esteve entre os 30 nomes chamados por Luiz Felipe Scolari, mas foi preterido na escolha final dos 23.

Agora, o cenário é diferente. Ele tem o total respaldo de Tite. A prova é que chegou até a ser capitão da Seleção no ano passado, no jogo contra a Venezuela, vencido pelo Brasil. Aos 32 anos, é um dos mais experientes do time.

Em entrevista exclusiva aos veículos do grupo NSC, afirmou estar ansioso pela confirmação do sonho, mas tenta manter os pés no chão. Apesar da confiança de Tite, sabe que é preciso manter o alto nível para estar entre os 23 convocados para o Mundial.

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– Farei de tudo para estar nesta lista. Tentarei dar o meu melhor tanto no clube quanto na Seleção, porque cada vez é mais difícil ser convocado. A concorrência aumentou, então tenho que estar num altíssimo nível para poder jogar essa Copa – destacou.

O jogador também falou sobre outros sonhos pela Seleção Brasileira e seu plano de carreira no Atlético de Madrid. Confira a entrevista completa em texto ou em áudio.

“Quero tentar escrever meu nome na história”

Na semana passada, você comemorou 50 convocações pela Seleção. Existe alguma que foi mais importante?
Filipe Luís – 
A mais importante foi a de 2013, na primeira convocação do Felipão (Luiz Felipe Scolari). Ela aconteceu depois de quatro anos sem ser convocado, após ter quebrado a perna e passado por momentos difíceis. Foi muito especial porque era muito difícil dar a volta por cima.

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Você chegou a ser cogitado pelas seleções da Polônia, Itália e Espanha. Isso de fato aconteceu? Você avaliou a possibilidade?
Filipe Luís – Eu fui sondado, mas nem pensei muito porque me sinto brasileiro. Amo o Brasil. Nunca morei na Itália ou na Polônia, não sei falar italiano ou polonês. Na Espanha até moro, mas acho que na Seleção você tem que jogar por amor e essa foi minha decisão. Esperei e sem dúvida tomei a decisão correta.

Como está a expectativa para a convocação para a Copa?
Filipe Luís – Foram duas Copas (2010 e 2014) que eu perdi a oportunidade. Eu estive perto. Em 2014, até entrei na lista dos 30 pré-convocados, mas acabei não indo. Farei de tudo para estar nesta lista. Tentarei dar o meu melhor tanto no clube quanto na Seleção, porque cada vez é mais difícil ser convocado. A concorrência aumentou, então tenho que estar num altíssimo nível.

Ter sido capitão contra a Venezuela te dá confiança de ser chamado para a Copa?
Filipe Luís – É um orgulho. Saí de Jaraguá do Sul com 14 anos, sem nunca ter jogado futebol de campo, só futsal. Poder ser capitão da Seleção depois de tudo isso é um orgulho grande, mas não me dá a certeza de que serei convocado. Hoje sou um dos caras mais velhos do time, mas Seleção é momento.

Além de ir à Copa, quais seus grandes objetivos?
Filipe Luís – Quando você está na Seleção, você quer ser convocado e depois quer ser campeão, escrever seu nome aqui. Meu grande objetivo é ser campeão dentro da Seleção. Já fui da Copa das Confederações, mas ser do Mundial é meu outro sonho.

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Como é usar a camisa que Nilton Santos, Júnior, Roberto Carlos e outros vestiram?
Filipe Luís – Nunca pensei nisso. Não tento me comparar com ninguém, tenho meu estilo, minha forma de trabalhar, nunca tentei copiar nenhum ex-jogador. Quero tentar escrever meu nome na história e fazer com que as crianças tenham um exemplo em mim.

Pensa em voltar ao Brasil?
Filipe Luís – É complicado. Sei que se eu não tivesse nível para jogar no Atlético de Madrid não seria fácil voltar para o Brasil. Adoraria encerrar a carreira no Figueirense, mas, como eu falei, se não me vejo jogando bem no Atlético, não me vejo jogando bem no Figueira. Não gostaria de manchar a história que tenho no clube, onde fui tricampeão estadual.