O jaraguaense de coração Hélio Fenrich, 39 anos, concluiu o primeiro desafio do Projeto Sete Cumes: o monte Aconcágua, na Argentina. Dependendo exclusivamente de si, Fenrich venceu o ar rarefeito, os mais de 20 ºC negativos e a subida íngreme de 6.962 metros de altitude. A expedição durou 15 dias dentro do Parque Provincial Aconcágua, na cidade de Mendoza.

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O projeto, que começou a ser acompanhado pela reportagem em agosto, desafia Fenrich a subir os sete cumes mais altos do mundo, passando por todos os continentes. O objetivo é se tornar o sexto brasileiro e o primeiro catarinense a concluir a rota. Fenrich começou sua jornada pelo cume que superou seus limites físicos e psicológicos em 2013. Mais preparado por causa dos treinos de corrida diários, o montanhista enfrentou muita mais neve e mais frio desta vez, tudo por causa do El Niño.

– Dia 6 de dezembro, cheguei ao parque, primeiro subi a 3.400 metros e fiquei dois dias por lá. Quem deseja escalar, faz adaptação na altitude. Por isso, sobe até a altitude que deseja e desce em seguida, repetindo até o corpo estar apto para permanecer naquela altura. Fiz isso duas vezes até chegar ao acampamento-base – explica.

No acampamento-base, 4.300 metros, Fenrich ficou seis dias para se adaptar e esperar as condições perfeitas para subir mais 1.200 metros. O jaraguaense ficou dois dias nos 5.500 metros, que, para ele, foi a parte mais difícil da viagem.

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– O frio era intenso. Estava 22ºC negativos e o meu saco de dormir suportava 15ºC negativos. Tive que descongelar o gás do botijão com meu calor para derreter a neve e colocar a água quente dentro do saco de dormir. As piores noites da minha vida – conta.

Com a chegada do sol, Fenrich afirma que a vida volta e o desespero vai embora. No dia 19 de dezembro, o desafio foi concluído com uma subida de 9h10 de duração. Quando chegou ao cume, a primeira reação de Fenrich foi tomar água e recuperar a condição física para poder descer. Depois disso, ficou cerca de 40 minutos contemplando o feito e nem sentiu os 28ºC negativos.

– Lá do alto, eu digo que dá para ver que a Terra é redonda. Cheguei ao limite do planeta – destaca.

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Para descer, todo santo ajuda. O retorno para os 5.500 metros foi feito em oito horas. Durante o desafio, Fenrich emagreceu cinco quilos, mesmo continuando com a alimentação normal. O próximo está marcado para o segundo semestre de 2016. Será a vez do monte Elbrus (5.642 metros), na Rússia.

Dependendo dos preços das passagens ou da entrada de novos patrocinadores, o Kilimanjaro (5.892m), na Tanzânia, também será rota neste ano. Sem roteiro definido, ou outro desafio deve ser McKinley (6.168 metros), no Alasca. Depois, deve encarar o temido monte Everest (8.850 metros), na China. Fenrich deve encerrar o projeto em 2020 com o maciço Vinson (4.892 metros), na Antártica, e com a escalada na Pirâmide Cartensz (4.884 metros), na Nova Guiné.

Para garantir o sucesso do projeto, o esportista criou um blog com diário de bordo e planeja fazer um livro e um documentário, além de palestrar em universidades, escolas e empresas. Para viabilizar, ele procura patrocinadores, que podem entrar em contato pelo telefone 9651-3377 ou pelo e-mail heliof@unerj.br.

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