Em Santa Catarina, não é uma novidade que o crescimento da economia seja maior fora da Capital, já que Joinville é a cidade mais populosa do Estado e Itajaí a dona do maior PIB. Mas essa descentralização promete alcançar patamares ainda maiores, em especial quando o foco é aumento no consumo – motor da economia nacional nos últimos anos, mas que começa a falhar desde o ano passado.

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A consultoria internacional McKinsey identificou uma tendência chamada bolsão de consumo, uma espécie de cinturão que se forma ao redor das regiões metropolitanas das capitais estaduais, a uma distância de 50 quilômetros a 250 quilômetros de distância, uma zona com potencial de crescer mais rápido no período de 2014 a 2024.

Ali, o consumo deve aumentar em média 7% anualmente nos próximos 10 anos.

Enquanto em Florianópolis e nas cidades da região metropolitana a expectativa é que cresça 5,5% ao ano. Dados de levantamento realizado pela empresa mostram três exemplos de cidades no Estado com grande potencial de expansão da economia: Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, além de Criciúma e Tubarão, na região Sul.

– Santa Catarina tem um conjunto de cidades com alto potencial de crescimento, mesmo num cenário econômico adverso – afirma Fábio Stul, sócio-diretor da consultoria e responsável pelo estudo.

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As três estão dentro do bolsão de consumo de Santa Catarina -cada Estado tem o seu, ao redor da capital. São espaços apontados como oportunidade para a indústria de bens de consumo no estudo CityNav, realizado pela McKinsey analisando previsões do crescimento dos gastos dos consumidores em 58 categorias de bens de consumo em mais de 5,5 mil cidades brasileiras.

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Potencial é maior no interior do país

Observando todo o país, de 2015 até 2024, o interior crescerá a um ritmo 30% maior que as capitais estaduais na próxima década. A expansão será mais forte nas áreas que circundam essas capitais porque a proximidade lhes confere uma vantagem: estão próximas dos grandes centros urbanos, mas ainda têm nichos pouco atendidos.

Além disso, há a influência de fatores culturais locais, histórico da economia, novos empreendimentos públicos e privados.

A oportunidade de atender áreas tradicionais de consumo ainda não plenamente desenvolvidas, como eventos ou a abertura de shoppings centers.

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– Essas cidades aparecem como focos de promessas de emprego. Infraestruturas que devem refletir no dinamismo econômico, renda e, então, em mais consumo – diz o professor de economia da Universidade Federal de Santa Cataria (UFSC), Hoyedo Nunes Lins.

Para o economista, além do bolsão ao redor de Florianópolis, o Estado tem outro polo em que o crescimento será mais acentuado que a média. Lins aposta que o eixo entre os municípios de Chapecó e Concórdia terá grande avanço pelo dinamismo da agroindústria.