A ausência de frio ao longo do inverno é um dos fatores que vêm preocupando a Vigilância de Saúde de Jaraguá do Sul na prevenção à dengue. Segundo o coordenador do programa de combate à doença, Augusto César Poffo, os Estados do Sul _ Rio Grande do Sul e Santa Catarina _ esperavam estar livres da dengue porque o mosquito Aedes aegypti não sobrevive às baixas temperaturas. O frio não chegou, e os insetos continuaram a reprodução.
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Neste ano, foram encontrados 26 focos do inseto transmissor da dengue em Jaraguá do Sul. Este número é um recorde municipal. Para conter a epidemia que já preocupa o Estado catarinense, o município aumentou em 50% o número de armadilhas espalhadas pelo perímetro urbano.
Poffo destaca que as instalações foram concluídas em julho. Antes, era uma armadilha a cada 300 metros. Agora, é uma a cada 200 metros. São 609 armadilhas espalhadas pela cidade.
_ Temos que fiscalizar (a armadilha)a cada sete dias. Caso contrário, se tornará um criadouro também _ destaca.
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Para ação funcionar, 11 agentes trabalham diariamente na fiscalização. Poffo revela que o mosquito se reproduz em áreas urbanas e criadouros artificiais, sejam eles pequenos, como tampas de garrafas, ou grandes, a exemplo de pneus e outros locais. Mas Corupá foi o primeiro município do Sul do País a registrar um foco em ambiente natural, uma bromélia.
Nas próximas semanas, os agentes devem intensificar as vistorias. Se um foco for encontrado, 85% das residências e estabelecimentos daquela área precisam ser fiscalizados.
A norma é do Ministério da Saúde para orientar moradores e evitar epidemias, como está ocorrendo em Itajaí, diz o supervisor dos agentes de saúde, Cláudio Blosfeld.
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_ Estamos investindo em prevenção e alertando a população sobre o risco. Em caso de epidemia, é necessário um agente para mil imóveis. Jaraguá do Sul tem 70 mil imóveis. Já temos tudo encaminhado para licitação, mas não queremos usar _ revela.
Casos de dengue
Jaraguá do Sul registrou dez casos de dengue, mas os pacientes não contraíram a doença no município. Os locais com mais focos do mosquito são os bairros Água Verde, Centro e Vila Lalau.
– Não tivemos nenhum caso de pessoa infectada em Jaraguá do Sul, porque é o mosquito precisa picar a pessoa infectada e seguir o ciclo picando outra pessoa, assim por diante – afirma o coordenador do programa de combate à dengue da Vigilância de Saúde, Augusto César Poffo.
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Santa Catarina apresentou 5 mil casos neste ano, sendo que cerca de 3 mil foram em Itajaí. Poffo destaca que os mosquitos são transitórios e a doença pode, sim, chegar logo ao município por ser rota de passagem para outras cidades.