O Japão recorda neste sábado sua capitulação incondicional no dia 15 de agosto de 1945, que pôs fim à Segunda Guerra Mundial, com a visita de líderes políticos ao santuário de Yasukuni, onde são lembrados os soldados mortos, incluindo criminosos de guerra.
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A ministra das Políticas para a Mulher, Haruko Arimura, visitou por volta das 10H00 local (22H00 Brasília de sexta) o santuário, situado no centro de Tóquio, enquanto dezenas de políticos previam ir ao local por ocasião do 70º aniversário da capitulação.
Em seguida, o santuário recebeu a visita da ministra de Assuntos do Interior e Comunicação, Sanae Takaichi.
Os países vizinhos consideram o santuário patriótico de Yasukuni um símbolo do passado colonialista do Japão.
No santuário são honrados cerca de 2,5 milhões de soldados mortos, mas a cólera de Pequim e Seul procede da inscrição em 1978 dos nomes de 14 criminosos de guerra condenados pelos aliados.
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As visitas ocorrem um dia depois da declaração oficial do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que expressou seus “pêsames eternos” pelas vítimas da guerra e classificou de “irrevogáveis” as desculpas apresentadas anteriormente pelo Japão por seus atos, em particular no continente asiático.
O primeiro-ministro conservador, cujas declarações eram esperadas com impaciência na China e nas duas Coreias, também pediu que as gerações futuras sejam dispensadas de pedir desculpas, o que provocou a ira de Pequim e Pyongyang.
As declarações de Shinzo Abe foram criticadas pela presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, que considerou que as desculpas “deixam muito a desejar”.
Segundo Park, Tóquio deveria realizar “ações sinceras” para conquistar a confiança de seus vizinhos.
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Há 70 anos, Hirohito, pai do atual imperador Akihito, falou pela primeira vez na rádio para anunciar a rendição do Japão, poucos dias depois dos bombardeios nucleares sobre Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto).
O imperador Akihito e a imperatriz Machiko deverão participar neste sábado, junto a Abe, de uma cerimônia oficial prevista para acontecer no coração de Tóquio.
Sete décadas depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, sua expansão militar entre 1910 e 1945 continua envenenando as relações com a China e com a Coreia do Sul, que analisam a cada aniversário as declarações e as ações dos políticos japoneses.
* AFP