A recessão japonesa mostrou sinais de agravamento nesta sexta-feira, com a divulgação pelo governo de uma queda mensal recorde de 9,6% na produção industrial, um salto no índice de desemprego e uma desaceleração dos aumentos de preços.
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O dado que mais chocou os mercados foi a redução mensal de 9,6% nos números preliminares da produção industrial, no segundo mês consecutivo de queda recorde. O dado também foi pior do que os 9,1% previstos pelas economistas.
– Numa vi uma queda de produção tão acelerada – disse o ministro da Economia, Kaoru Yosano.
Para analistas, a deterioração da economia japonesa parece estar se acelerando.
– As estimativas sugerem uma contração continuada também no primeiro trimestre de 2009 – avisou o economista Tomoko Fujii, do Bank of America.
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Num sinal de que a contração interna está elevando fortemente o desemprego, a taxa de dezembro subiu meio ponto percentual num único mês, para 4,4%. A previsão dos analistas era de 4,2%. Foi o maior aumento desde março de 1967 e resultou, segundo um funcionário do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações, do fato de as empresas estarem contratando menos pessoas.
O aprofundamento da insegurança no mercado trabalho deve levar os consumidores a gastar menos. Dados divulgados também nesta sexta-feira mostraram que o consumo das famílias caiu 4,6% em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2007. E a redução da demanda dos consumidores pode obrigar as empresas a baixar os preços e levar o Japão a um período de deflação, como o que o país experimentou há uma década.
Na época, a queda dos preços puxou as vendas no varejo ainda mais para baixo, pois os consumidores deixavam de comprar para esperar que os preços caíssem mais.
De fato, o índice de preços ao consumidor de dezembro, que exclui os preços dos alimentos in natura, aumentou apenas 0,2%, bem abaixo do 1% de novembro e do 1,9% de outubro, embora a redução dos preços globais das matérias-primas tenha contribuído para a baixa.
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