O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta manhã de segunda-feira a intensificação do trabalho de combate à corrupção e prometeu criar uma procuradoria nacional anticorrupção se for escolhido para permanecer mais dois anos no cargo.
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Em debate com os outros três candidatos que disputam o comando do Ministério Público da União, Janot disse não ter “ambições pessoais” e estar determinado a oferecer num segundo mandato “serenidade e trabalho”. O mandato do procurador-geral se encerra em 18 de setembro.
– Estou determinado a oferecer serenidade, acolhimento, trabalho e diálogo. Sem vender ilusões nem alardear bravatas. Carrego a certeza de que é pela pátria proba, pela sociedade ordeira, pelo Ministério Público Federal que isso tudo vale a pena. A minha paz e minha felicidade são fortalezas que residem numa falta de ambição pessoal – afirmou o procurador-geral.
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Nesta quarta-feira, procuradores vão às urnas para formar a lista tríplice que será enviada à Presidência da República, que deve indicar o nome do próximo chefe do Ministério Público. O escolhido precisará passar ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por votação secreta no Senado.
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A previsão do governo é de que Janot seja o mais bem votado na lista e aprovado pelos parlamentares. No entanto, interlocutores do Planalto reconhecem a dificuldade que Janot terá para passar no Senado, diante da investigação de 13 senadores na Operação Lava-Jato.
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Na abertura do debate, Janot falou sobre as propostas para o eventual segundo mandato, entre elas a criação da “nova procuradoria nacional anticorrupção”, sem detalhar o projeto. Janot falou também em manter membros do Ministério Público no exterior para atuar na cooperação internacional.
Ao responder pergunta sobre os núcleos regionais, nos Estados, de combate à corrupção, Janot afirmou que dá “apoio incondicional” ao trabalho de grupos como a força-tarefa que atua no Paraná na Operação Lava Jato.
– Estamos trabalhando para estruturar cada vez mais os instrumentos de trabalho nesses núcleos. Estamos apoiando os grupos de colegas que trabalham em diversas questões, as mais candentes hoje Lava-Jato e Ararath e contam com apoio incondicional do PGR – afirmou Janot.
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O subprocurador Carlos Frederico Santos, principal opositor de Janot, criticou o atual procurador-geral da República em suas considerações iniciais, sem referência direta ao nome de Rodrigo Janot.
– Você conhece o PGR? Você sabe o que pensa o PGR? Ou você sabe o que pensam por ele? Quem dá o norte do MPF? Temos que ter consciência e ver o que é liderança. Líder não pode falar uma coisa e fazer outra, porque ele é o exemplo – afirmou.
A subprocuradora Raquel Dodge defendeu a implementação de um sistema de “compliance” na Procuradoria, para aumentar a qualidade da atuação jurisdicional. Tido como candidato mais “alinhado” com o atual procurador-geral, o subprocurador Mario Bonsaglia disse que pretende “enfatizar a busca de eficiência” do MP na investigação criminal e ter uma instituição “mais transparente”.