O personagem principal era o mesmo. Mas o cenário, completamente diferente. A Itajaí que elegeu Jandir Bellini (PP) prefeito, neste domingo, não é a mesma que o levou ao mais alto cargo da prefeitura quatro anos atrás. Se em 2008 o clima era era de acirrada disputa, que culminou com uma eleição trabalhosa para a polícia e a Justiça Eleitoral, desta vez a tranquilidade marcou o pleito.

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Em parte, porque a vitória de Bellini nas urnas já era anunciada. Este será o próximo mandato dele como prefeito de Itajaí – o único eleito quatro vezes na cidade pelo voto popular. O pepista, que dividirá o comando da cidade com a vice-prefeita Dalva Rhenius (DEM), conquistou 63.857 eleitores e fez 62,57% dos votos válidos.

Deodato Casas (PSDB) ficou em segundo lugar, com 19,29% dos votos. Já Níkolas Reis (PT) teve 18,14%. No momento em que se computavam os votos da primeira urna em Itajaí, Níkolas já havia encaminhado à imprensa uma nota em que falava das dificuldades da campanha e cumprimentava o prefeito eleito.

Logo após a divulgação do resultado, Bellini disse que não estava tão seguro da vitória:

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– Eleição é sempre uma caixinha de surpresas. Sentíamos, ao caminhar pelas ruas, o carinho das pessoas, e isso nos dava segurança. Mas nunca tranquilidade a ponto de cruzarmos os braços. Tínhamos expectativa de vitória, mas estávamos ansiosos e tensos – diz o prefeito reeleito.

Eleição limpa

Um trabalho intenso de fiscalização da Justiça Eleitoral também foi responsável por uma votação sem percalços. A previsão de punições para os candidatos que promovessem despejo de santinhos em frente aos colégios eleitorais evitou a já tradicional sujeira nas ruas. Um alívio para o eleitor, que já estava cansado dos abusos:

-_ Todo mundo tem 45 dias para escolher o candidato. Os santinhos não vão fazer diferença – disse a eleitora Sílvia da Silva Azevedo, 56 anos.

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Entrevista: Jandir Bellini

“Desta vez teremos um planejamento mais arrojado”

Eleito pela quarta vez para comandar Itajaí, Jandir Bellini (PP) fala sobre os planos que tem para a cidade e afirma que a vitória nas urnas não se garante apenas durante o período eleitoral. ?

O senhor teve a preferência de mais de 62% do eleitorado de Itajaí, contra 19% do segundo colocado. A que se deve essa diferença?

É um trabalho que fazemos há muito tempo. Política não se faz em uma campanha, tínhamos que comprovar nossa vontade de fazer mais por Itajaí.

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Na última vez que se elegeu, em 2009, havia dificuldades devido à enchente de 2008. O que mudou, em relação à última eleição?

Desta vez teremos um planejamento mais arrojado, porque já iniciamos a administração com as contas em dia, atuando normalmente. Em 2009, somando o que deixamos de arrecadar e o que gastamos para recuperar a cidade, perdemos R$ 100 milhões. Agora, esse montante vai fazer a diferença.

É a quarta vez que o senhor se elege prefeito. Como fazer diferente?

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Vamos investir em infraestrutura, obras de trânsito. Itajaí está precisando de mobilidade urbana, também de saúde, educação. Vamos fazer o distrito de inovação, que fará a diferença na economia. Também teremos pela frente as obras da marina, parcerias com a iniciativa privada para a operação dos outros dois berços do porto que não estão arrendados. A partir de já vamos buscar investidores, trabalhar a competitividade dos terminais portuários.

Está prevista alguma mudança para o próximo governo?

Alguma coisa vai mudar. É uma nova administração, temos apoios partidários que são importantes. Mas ainda não há nada definido.